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10 de Maio de 2004

Abordagem diferenciada reduz em 26% o índice de gravidez na adolescência em SP

A partir de uma abordagem que trata a questão não como doença, mas como uma questão mais relacionada à baixa auto-estima, São Paulo vem diminuindo seus índices de gravidez na adolescência. O esforço do estado, municípios e ONGs para mudar o enfoque da orientação de meninas - e também de meninos - fez cair em 26% o número de grávidas com menos de 20 anos entre 1998 e 2003. No Brasil, segundo o último censo, essa taxa cresceu 14,7% entre 1980 e 2000. A partir desse modelo, os projetos do governo passaram a reunir não só médicos, mas psicólogos, assistentes sociais, nutricionistas, professores de arte, entre outros. Parcerias com universidades públicas e privadas formam cerca de sete mil professores e funcionários da área da saúde por ano para lidar com adolescentes. Além da baixa auto-estima, o foco principal dos programas é a insegurança de meninos e meninas, que acaba impedindo o uso do preservativo. "Percebemos que o adolescente conhecia bem os métodos anticoncepcionais, mas precisava ter uma mudança de atitude", diz a coordenadora do programa Saúde do Adolescente da Secretaria Estadual da Saúde, Albertina Duarte Takiuti.

"Planejar o futuro" - O número de casos de mães adolescentes que engravidaram pela segunda vez também tem caído ao longo dos anos. Hoje, as jovens representam 17,6% do total de partos no estado paulista. Para Thais Gava, da ONG Ecos Comunicação em Sexualidade, o importante é deixar claro para o adolescente que ele tem outras escolhas. Por isso, o trabalho é diferente do realizado com relação às doenças sexualmente transmissíveis e à aids. "As discussões têm de girar em torno de responsabilidade e do planejamento do futuro", explica. O governo do estado tem como meta agora diminuir a gravidez de meninas entre 10 a 14 anos. A queda na taxa foi de 18% nessa faixa etária, considerada a mais difícil de atingir com os projetos sociais e de saúde. A secretaria distribui 200 mil preservativos por mês, em unidades básicas de saúde e em programas de escolas. Mantém também o Disk-Adolescente, há oito anos, para esclarecer dúvidas sobre sexualidade. O número é (0--11) 3819-2022 e o atendimento vai das 11 horas às 14 horas. O jovem não precisa se identificar.

Fonte: ANDI

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