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13 de Junho de 2004

Caso de adoção divide sociedade israelense

Jerusalém - Israel voltou sua atenção neste domingo para o caso de uma disputa entre a mãe biológica e os pais adotivos pela custódia de um bebê de um ano e um mês. A história evoca uma decisão do rei Salomão.

O caso, que chegou às manchetes dos jornais no decorrer da última semana, serviu para distrair a atenção do público da turbulência política e da violência na região.

Um jornal realizou uma pesquisa de opinião; em um programa de televisão, o apresentador pediu às famílias que resolvam o problema. Uma empresária do ramo de cosméticos acredita que o menino deveria ficar com os pais adotivos; segundo um rabino, as leis judaicas dão preferência aos pais biológicos.

Outros recorreram aos ensinamentos do rei Salomão. No Livro dos Reis, o antigo governante insinua que um bebê deve ser cortado ao meio para solucionar uma disputa entre duas mulheres. Quando uma delas gritou para que o bebê continuasse vivo, o rei entregou a criança a ela, pois a mulher teria demonstrado daquela forma seu amor ao menino.

"A decisão salomônica de 2004", dizia a manchete de hoje do jornal Yediot Ahronot.

O tribunal de Tel-Aviv realizou hoje uma audiência sobre o caso, mas a decisão ainda deve demorar. Além disso, a sentença será passível de apelação. As partes envolvidas mantêm-se anônimas para proteger a privacidade do bebê e dos familiares.

A mãe biológica alega ter percebido que estava grávida "apenas no oitavo mês" de gestação, quando já estava separada do pai da criança. Quando o bebê nasceu, ela o entregou para a adoção, mas mudou de opinião três meses depois.

A mulher recorreu a um tribunal e perdeu. Pouco depois, porém, o pai biológico, que não havia participado da decisão de dar o bebê, pediu ao tribunal a custódia de seu filho antes do vencimento do prazo formal para anular a adoção. O tribunal posicionou-se então a favor dos pais biológicos.

Segundo uma pesquisa publicada hoje pelo jornal Maariv, 54% dos israelenses são favoráveis aos pais adotivos, contra 26% simpáticos aos pais biológicos.

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