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03 de Agosto de 2015

Diário do Grande ABC: Número de registros de bebês cai 35,6% em 30 anos

O número de registros de nascimentos nas sete cidades da região teve queda de 35,6% nos últimos 30 anos. Os cartórios do Grande ABC emitiram 53.627 certidões em 1984 contra 34.501 documentos em 2014. A diminuição está diretamente relacionada à participação da mulher no mercado de trabalho e também ao avanço da escolaridade e conhecimento a respeito dos métodos contraceptivos.

Seis das sete cidades apresentaram menor quantidade de registros civis no período, conforme dados fornecidos pela Arpen-SP (Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado de São Paulo). O destaque fica por conta de São Caetano, onde a queda de emissão de certidões foi de 81,9% – baixou de 7.518 para 1.356. Apenas Rio Grande da Serra registrou alta nos últimos 30 anos: o número passou de 152 para 386 (153,9%).

O cenário observado no Grande ABC segue tendência mundial, principalmente entre os países desenvolvidos ou em desenvolvimento, ainda que a população tenha aumentado no período do recorte, destaca o coordenador do Inpes (Instituto de Pesquisas) da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), Leandro Prearo. A população do Grande ABC cresceu 59,4% nos últimos 30 anos, passando de 1,6 milhão de moradores para 2,6 milhões.

“A taxa de fecundidade na região caiu de 2,2 filhos por mulher, em 1991, para 1,5 filho por mulher em 2010. Tudo está relacionado ao fato de que a mulher está inserida no mercado de trabalho e, por isso, vai ter menos filhos e mais tarde para conseguir cuidar da carreira. Além disso, a queda da quantidade de nascimentos está intimamente ligada à situação econômica e ao nível de escolaridade da população, o que pode ser ilustrado pela queda de São Caetano e alta de Rio Grande da Serra”, explica Prearo.

Conforme destaca o especialista, o principal reflexo desta baixa na quantidade de nascimentos será observado a longo prazo, quando está prevista queda no número da população. “A principal consequência dessa queda não é para hoje, mas para 2050, 2100. Ainda que nasçam menos crianças hoje, estamos vivendo mais tempo”, esclarece.

SOBRE O REGISTRO

A certidão de nascimento é o primeiro registro de um indivíduo, fundamental para que este seja reconhecido como cidadão e necessário para qualquer outro registro ou para emissões de documentos de várias espécies. É gratuito, conforme determina a lei federal 9.534 de 1997.

Vale lembrar que todos os nascimentos ocorridos em território nacional devem ser levados a registro. A certidão pode ser feita pelo Cartório Oficial de Registro Civil das Pessoas Naturais da circunscrição de nascimento do bebê ou de residência dos pais dentro do prazo de 15 dias, prorrogado por mais 45 caso a mãe seja declarante.

Pesquisa indica que população brasileira encolherá até 2100

O Brasil terá uma população em 2100 inferior à que registra hoje. Dados divulgados pela ONU (Organização das Nações Unidas) revelam, pela primeira vez em cinco anos, novas estimativas para a população mundial durante o século 21. Se a previsão é que o mundo passe dos atuais 7,3 bilhões de pessoas para 11,2 bilhões em 85 anos, o Brasil passará de 207 milhões registrados em 2015 para 200 milhões em 2100.

Da quinta maior população do mundo atualmente, o Brasil cairá para o 13º lugar no ranking no futuro, superado por países como Egito, Uganda e Etiópia. A sociedade brasileira também é apontada pela ONU como uma das grandes populações do mundo com baixas taxas de fertilidade nos próximos anos. 

Andreense planeja ter, no máximo, dois filhos

Os planos familiares de Géssica Siqueira, 22 anos, moradora da Vila Guiomar, em Santo André, são bem diferentes dos traçados pela sua avó. A ex-estudante de Administração de Empresas acabou de ter sua primeira filha, a pequena Giovanna Siqueira Dante, há três dias, e já sabe que o número de herdeiros não passará de dois, algo bem abaixo dos nove bebês gerados pela matriarca da família de Géssica.

A jovem, que deu a luz por meio de parto normal no Hospital da Mulher Maria José dos Santos Stein, no Parque Novo Oratório, na quinta-feira, sustenta os planos de ter, no máximo, dois herdeiros. “Não dá para pensar em ter um monte de filhos, seguir o exemplo nem mesmo da minha mãe, que teve três, ou da minha avó paterna, que teve quatro crianças. A gente sempre tem a preocupação de estar financeiramente estável para conseguir criar bem os filhos. Ainda mais com essa história de crise econômica hoje em dia”, destaca.

Géssica está casada há cerca de um ano e meio e o marido é frentista. A nova mamãe andreense revela que precisou sair do emprego de operadora de máquinas assim que ficou sabendo da gravidez não planejada, mas que mantém o desejo de retomar a faculdade de Administração, trancada no segundo ano, e, com isso, ingressar no mercado de trabalho novamente. “Em fevereiro já planejo voltar à rotina normal. Ela (Giovanna) vai para a creche por meio período e o tempo restante vai ficar com a avó.” 

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