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28 de Junho de 2016

Clérigos paquistaneses reconhecem casamento entre transgêneros

RIO- Um grupo de clérigos do Paquistão declarou que é permitido o casamento entre transgêneros, de acordo com as diretrizes do Islã. O decreto dos religiosos afirma ainda que os trans podem ter um enterro muçulmano e pleno direito sob a lei de herança Islâmica.

A Fatwa assinada por 50 clérigos da cidade de Lahore foi emitida no domingo e afirmou que o casamento é permitido caso haja "indicações claras" no corpo de que o casal pertence a um gênero oposto.

" É admissível que uma pessoa transgênera com sinais do sexo masculino em seu corpo se case com um transgênero com indicações femininas no corpo. Além disso, homens e mulheres normais também podem se casar com os transgêneros que tiverem indícios no corpo", diz o documento.

O texto não esclarece, no entanto, quais seriam esses "indícios". O decreto afirma ainda que quem descriminar a população trans estará cometendo um pecado. O decreto afirma ainda que o assédio aos transgêneros é um crime contra o islã.

"Fazer ruídos para pessoas trans, tirar sarro, provocar ou pensar que são inferiores é contra a lei da sharia, porque esses atos equivalem a contestar uma das criações de Allah, o que não está certo", diz o texto.

Em 2012, a Suprema Corte do Paquistão declarou igualdade de direitos para os cidadãos transgêneros do país, incluindo o direito a herdar bens. Desde de 2011, trans já podiam se candidatar a cargos eletivos.Apesar do progresso em relação aos direitos das pessoas trans, o casamento entre pessoas do mesmo sexo continua sendo considerado crime no país.

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