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25 de Novembro de 2015

PF prende em MS grupo que fraudava certidão de nascimento de indígenas

Uma organização criminosa, suspeita de atuar em esquema de fraudes na confecção de registros e certidões de nascimento de indígenas, foi presa pela Polícia Federal nesta terça-feira (24), em Mato Grosso do Sul. A operação Coiote Kaiowá foi deflagrada nas cidades de Amambai e Aral Moreira, e cumpriu quatro mandados de prisão preventiva, além de três mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça Federal.
 
A investigação apurou que a quadrilha atuava desde 2012, produzindo registros de nascimento ideologicamente falsos com objetivo de conseguir aposentadorias rurais para indígenas paraguaios e 'indígenas fantasmas', segundo a PF. O benefício é pago pelo INSS somente a indígenas brasileiros porque são considerados segurados especiais, por trabalharem, geralmente, em atividades rurais ou extrativista artesã.
Os investigados se apropriavam do valor do benefício, de acordo com a investigação. Entre os presos, estão um indígena, ex-capitão da Aldeia Guassuty, em Aral Moreira, e um casal proprietário de uma financeira especializada em crédito consignado. A ação da delegacia da PF em Ponta Porã teve apoio da Assessoria de Pesquisa Estratégica do Ministério da Previdência Social e do Ministério Público Federal (MPF).
 
A organização lucrava recebendo as aposentadorias desses indígenas inexistentes e potencializava o ganho mediante contratação de empréstimos consignados fraudulentos. Os documentos falsos eram usados pelos investigados para falsificar RG e certidões de atividade rural da Fundação Nacional do Índio (Funai).
 
A polícia estima prejuízos em torno de R$ 4 milhões ao INSS, mas, o valor pode ser maior porque, durante a operação, a PF apreendeu grande quantidade de certdiões de registro civil e identidades civis, que ainda serão analisadas na investigação. Cartões de benefícios e formulários de empréstimos consignados também foram recolhidos, segundo o Ministério da Previdência Social.
 
Segundo a PF, a operação foi batizada como 'Coiote Kaiowá" em referência aos atravessadores de imigrantes na fronteira do México com os Estados Unidos, conhecidos como 'coyotes'. No caso investigado, a quadrilha atuava como atravessadora de indígenas paraguaios facilitando a entrada deles no Brasil.

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