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26 de Agosto de 2016

Clipping - EPTV (Araraquara) - Nº de pais e padrastos que registram filhos cresce 118% em Araraquara, SP

No Estado de São Paulo, aumento foi de 108% nos últimos cinco anos.

Simplificação do registro ajuda a explicar o aumento, segundo oficial.

O número de reconhecimentos de paternidade mais do que dobrou em Araraquara (SP) no primeiro semestre de 2016, segundo a Associação dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen). De acordo com o levantamento, 70 pais e padrastos registraram os filhos de janeiro a junho deste ano. No mesmo período do ano passado, foram 32 registros. O aumento é de 118%.

Em todo o Estado de São Paulo, o aumento foi de 108% nos últimos cinco anos e, no primeiro semestre de 2016, foram 5.951 reconhecimentos.

Alta Um dos motivos para o aumento foi a simplificação do registro. Antes, era preciso entrar na Justiça e muitas vezes o processo levava anos. Agora, basta ir a um cartório.

"Os documentos são RG, CPF e uma certidão original de nascimento", explicou a oficial de cartório Manoela Almeida.

Apenas no cartório do Centro da cidade são cerca de 70 reconhecimentos por ano. O documento fica pronto na hora e mesmo quem não tem condição de pagar pode fazer o pedido. "Basta fazer um atestado declarando que não tem condições", disse Manoela.

Amor O auxiliar de escritório Jefferson Rugno foi um dos moradores da cidade que tomaram a decisão. Ele começou a namorar a mãe de Gabriel quando ela estava grávida de dois meses e assumiu a criança.

"Ela me falou que estava grávida e, se eu quisesse, teria que ser dessa forma. Falei para ela: 'Não tem problema, eu assumo você, assumo o filho, a gente segue a vida e vamos ver o que acontece'".

Agora a família vai aumentar. Thaís está grávida de oito meses e, antes da chegada de João Lucas, Jefferson decidiu registrar Gabriel. "Amor de pai para filho eu sempre tive com ele, sempre, não tem diferença. Todos os filhos são iguais. Agora, a partir do momento que você coloca ele no seu nome, é diferente, alguma coisinha acontece a mais, tem um sentimento de mais união ainda", explicou.

(...) a partir do momento que você coloca ele no seu nome, é diferente, alguma coisinha acontece a mais, tem um sentimento de mais união ainda" Jefferson Rugno, pai de Gabriel

"Poucos fariam o que o Jefferson fez. Pegar, assumir, chegar a registrar, tratar como filho mesmo, ele não faz diferença, então eu, como mãe, fico super satisfeita", afirmou Thais.

Impacto Para o psicólogo Oliver Zancul Prado, a família só tem a ganhar com o registro. "Com o reconhecimento, aumenta a chance de ter vínculo afetivo entre criança e pai", disse. Ele ressaltou, porém, que não adianta apenas registrar. "Assumir é uma questão burocrática, jurídica. Conviver com a criança, estar junto, estar presente, enfim, pensando nos direitos da criança".

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