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19 de Julho de 2018

Cartório de Registro faz 100 anos em 2018

Somente nos últimos 20 anos, foram feitos mais de 52 mil registros de nascimentos, 22 mil casamentos e pouco mais de 38 mil óbitos
 
Uma história que se confunde com a história de milhares de outras pessoas. Que se confunde com momentos de alegria e tristeza de cada uma delas. De maneira (bem) resumida, essa é história do Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais da Comarca de Araçatuba, que, em junho deste ano completou 100 anos de fundação. Mas quando mergulhamos na história das pessoas que fizeram e ainda fazem parte da rotina diária de trabalho do Cartório os detalhes se tornam importantes.


 
Essa história começou lá atrás, em 1º de junho de 1918, quando, no livro 1, foi lavrado o primeiro ato de registro civil – um casamento. De lá para cá se torna quase impossível precisar os números oficiais. Somente nos últimos 20 anos foram oficializados mais de 22 mil casamentos, registrados mais de 52 mil nascimentos e, também, 38 mil óbitos.
 
Na época da fundação, o oficial era o senhor José Augusto Pereira. Naquela época, o prédio ficava na rua Carlos Gomes. Hoje, os serviços são prestados na rua General Glicério, tendo como oficial Sílvia Guarinon Corrêa Lodi, de 70 anos. Mas a história dela àfrente do Cartório começou na década de 80, mas precisamente no de 1983 quando seu pai, Joaquim Geraldo Corrêa, conhecido por Zizinho, que na época era o oficial responsável sofreu um infarto e precisou se afastar do trabalho. Porém, antes, é preciso fazer um parênteses. Joaquim Geraldo Corrêa, o Zizinho, antes de se dedicar ao Cartório, fez parte da história de Araçatuba. Ele foi prefeito por três vezes: 1947 (nomeado), de 1948 a 1951 e de 1956 a 1959. Além de vereador por dois mandatos. “Naquela época eram apenas três funcionárias. Lembro que era casada e já morava em São Paulo, onde dava aulas. Mas papai me ligou dizendo que precisava de mim. Não pensei duas vezes e voltei”, lembra Silvia.
 
De pai para filho
 
Engana-se quem acha que essa mudança de profissão foi um problema para Silvia. “Papai sempre quis que os filhos participassem e aprendessem a rotina do Cartório. Antes de me mudar para São Paulo já havia ajudado nos serviços, na rotina de trabalho do Cartório. Muita coisa aprendi com meu pai, mas também tive a ajuda dos funcionários da época”, revela. E Silvia vai mais além. “A história do Cartório é a história da minha vida. Aqui vivi momentos de extrema alegria e, ao mesmo tempo, de muita dor. Como quando precisei registra o falecimento de seis jovens. Além, é claro, das amizades que fiz aqui dentro”, completa Silvia.
 
 
Histórias
 
Tantos anos gerindo o cartório é quase impossível não se recordar de histórias, que acabam fazendo parte dos 100 anos do estabelecimento. Silvia Lodi se recorda de uma dessas histórias. “O pai veio para fazer o registro de nascimento de trigêmeos. Mas, por algum motivo, acabou esquecendo o nome de um dos bebês. Quando ligou para a mulher e contou a história foi possível ouvir a esposa, do outro lado da linha, passando um sermão nele”, relembra.

 

Os livros de registros também trazem histórias de celebridades. Entre elas, a do famoso cantor José Dias Nunes. Mais conhecido como Tião Carreiro, ele nasceu em 13 de dezembro de 1934, na cidade de Montes Claros (MG). Ainda pequeno, veio morar com a família em uma fazenda no município de Valparaíso (SP). Acontece que o registro de nascimento somente foi feito 20 anos depois, em 13 de julho de 1954, no Cartório de Araçatuba. No mesmo ano neste Cartório, mas em dezembro, Tião Carreiro oficializou seu casamento com Nair Avanço Dias.
 
Uma história de amor a profissão
 
Se hoje Jorge Celso da Cruz, de 48 anos, está no Cartório há 30 anos, sendo o funcionário mais antigo, é graças ao esforço dele, mas, também a um “empurrãozinho” de seu pai. “Empurrãozinho” porque senão fosse seu pai, Jorge teria deixado o trabalho pouco depois começar. “Lembro como se fosse hoje. Quando meu pai soube que estava participando de um processo seletivo para trabalhar em um banco, ele veio comigo até o Cartório e disse que eu não iria sair. E, realmente não sai”, recorda ele. 

E o amor pela profissão é visível. “Não consigo me ver fazendo outra  coisa. Não sei o que vai ser depois que me aposentar. Amo trabalhar aqui. Aqui dentro fiz minha vida, formei minha família. Sou e sempre serei grato. É uma coleção de emoções, histórias vivenciadas, de aprendizado e crescimento não só para mim, mas para cada um dos colaboradores que já passaram por aqui. Pra mim, o Cartório faz parte da vida das pessoas, da história da cidade, do início dos livros escritos a mão, à era da tecnologia, sempre se adequando as mudanças, adaptando-se as novas famílias formadas. Sou muito feliz trabalhando aqui”, finaliza Jorge.

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