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10 de Janeiro de 2020

Clipping - G1 - Depois de pedido com drone, noivos enfrentam fila para marcar casamento na Igrejinha da Pampulha, em BH

Um drone voou sobre a Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte com um pedido: “casa comigo?”. E a resposta, claro, foi “sim”. Essa história é protagonizada pela fisioterapeuta Samla Câmara, de 25 anos, e o policial penal Vinícius Schittini, de 29. Mas esse foi só um capítulo. Para garantir o desfecho desse enredo, o casal acordou cedo nesta terça-feira (7) e enfrenta fila para conseguir o cenário para o “grand finale”: a Igrejinha da Pampulha, um dos principais cartões postais da cidade.

A Igreja São Francisco de Assis ficou fechada para reforma por quase dois anos. A reinauguração foi no fim do ano passado e, nesta tarde, será reaberta a agenda para marcação de casamentos em 2020 e 2021.

“Nós fomos numa missa num domingo e aí ele já tinha preparado tudo. Tudo surpresa, não sabia de nada. Aí ele apontou para o céu e tinha uma plaquinha no drone com o pedido “casa comigo?”. Eu aceitei e agora a gente está aí aguardando para outubro a gente conseguir casar na igrejinha”, disse Samla.

Além de ter sido pano de fundo para o pedido, a igreja tem outro significado especial para Vinícius. Os pais dele também se casaram lá. “Então, era uma coisa que eu queria continuar na família com essa tradição de casar na Igrejinha da Pampulha”, falou.

O casal está otimista que irá conseguir a data escolhida: 24 de outubro. Afinal, a fisioterapeuta e o policial penal são os segundos da fila. Na frente deles, apenas o policial militar Philpe Storck, que chegou às 5h à Rua Miramar, no bairro Aeroporto, também na Pampulha, onde as senhas para marcação serão distribuídas no início da tarde.

Com quase 15 anos de relacionamento, ele diz que o sonho de se casar na igrejinha é recente. “Apareceu esse sonho depois que a gente viu a reforma, viu a matéria, falando que estava abrindo para casar porque a data a gente não tinha definida ainda e a gente não sabe quando poderia estar liberada a Igrejinha da Pampulha. Mas, quando a gente viu que ia ter a possibilidade de casar na Igrejinha da Pampulha neste ano, passou a ser sonho”, contou.

E não são só noivos que enfrentam fila. O artesão José Amilton dos Santos, de 58 anos, é pai de noivo e também acordou cedo nesta terça para tentar uma data para o filho e para a nora. “Eu vim para fila para colaborar. Eles estão trabalhando fica mais difícil vir. Mas eu faço isso com maior prazer”, afirmou. Com o primeiro da fila, o artesão conseguiu até um banquinho emprestado para dar um descanso para as pernas durante a espera.

Mas se tratando de sonho, a espera faz parte. A advogada Maria Aparecida de Oliveira Mattos, de 62 anos, por exemplo, aguarda agora para realizar o segundo de sua vida.

Ela realizou o primeiro deles há três décadas, justamente, na Igreja São Francisco de Assis. “Era um sonho muito grande de casar. Tanto que eu sou da Paróquia de Santo Antônio, frequento. Mas, na época, eu conversei com o padre e eu falei: “Eu quero casar lá. É um sonho”. (...) Agora esse sonho está passando para minha filha. A minha filha está aqui na fila para marcar o casamento dela na Igrejinha São Francisco. O segundo sonha da minha vida lá dento”, disse.

E com uma fila de casais, a consultora de noivas Grazielle Câmara, de 33 anos, aproveitou a oportunidade. Ela conta que, nesta segunda-feira (6), depois de ler a reportagem do G1 sobre a reabertura da agenda de marcação de casamentos, resolveu ir até o local para apresentar às noivas a loja de vestidos para qual trabalha. “A maioria das noivas ainda não sabe onde vai olhar vestido. Mas muitas já seguem o Instagram da loja. Aí, como se diz, é quase uma venda já feita”, falou.

Reabertura
A Igrejinha da Pampulha foi reaberta ao público no dia 4 de outubro do ano passado, após atraso de quase quatro meses.
As obras fizeram parte dos compromissos firmados com a Unesco para manter o título de Patrimônio Cultural da Humanidade, concedido em 2016 ao Conjunto Arquitetônico da Pampulha.
 
Reforma
A Igrejinha ficou fechada desde dezembro de 2017. As obras, que começaram apenas em junho de 2018, estavam previstas para terminar em junho de 2019, mas a descoberta de novas infiltrações, abaixo do forro, fez com que o prazo precisasse ser revisto.

De acordo com a Secretaria de Obras, os trabalhos incluíram serviços de recuperação das juntas de dilatação, impermeabilização, substituição dos painéis de madeira, instalação elétrica e cabeamento estruturado. Foi necessário também substituir pastilhas.
 

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