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02 de Julho de 2020

Professor de Princeton apresenta pesquisa de óbitos na Covid-19 realizada com base no Portal da Transparência

Nesta quarta-feira (01.07), a Escola de Políticas Públicas e Governo (EPPG) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) realizou um webinar a respeito dos desafios na estimação de mortes pela pandemia, com participação do pesquisador brasileiro e professor na Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, Thomas Fujiwara.
 
O pesquisador abordou o material produzido por ele ao longo dos últimos meses, com base na análise do excesso de mortes ocorridas no país, a partir de comparação entre dados do Portal da Transparência do Registro Civil, administrado pela Associação Nacional de Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), e do DATASUS, plataforma do Governo Federal.
 
A pesquisa aborda dados de óbitos em 2020 e anos anteriores, ocorridos em 17 municípios brasileiros com população superior a 1 milhão de pessoas: Belém (PA), Belo Horizonte (BH), Brasília (DF), Campinas (SP), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), Guarulhos (SP), Maceió (AL), Manaus (AM), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Gonçalo (RJ), São Luís (MA) e São Paulo (SP).
 
Fujiwara iniciou o webinar explicando o conceito de “excesso de mortes”, ou seja, a diferença existente entre o total de óbitos ocorridos em determinado período e o número de mortes que seria esperado para esse mesmo intervalo de tempo. Na opinião do pesquisador, esse excesso de óbitos pode estimar o impacto real ou total da pandemia.
 
O professor também explicou sobre os quatro tipos de mortes que podem estar enquadrados dentro desse excesso, de acordo com sua relação com o novo coronavírus: diretas (confirmadas por Covid-19), direta-indiretas (mortes por Covid-19, mas registradas por outra causa), indiretas (mortes por outras causas, mas que foram afetadas pela pandemia), e “efeito colheita” (pessoa que morreria por outra causa, mas morre por Covid-19).
 
Na sequência, Fujiwara apresentou os diversos gráficos obtidos a partir de seu trabalho e explicou os aspectos que abrangem cada um dos tipos de dados utilizados. Ele reforçou, por exemplo, a necessidade de se preservar um período mínimo de 15 dias entre a data de pesquisa e a data dos dados utilizados, quando se trata da análise das informações disponíveis no Portal da Transparência, devido aos prazos legais relativos aos processos envolvidos desde o óbito, passando pelo seu registro, até o envio dos dados pelos Cartórios ao Portal.
 
Ao fim do webinar, o professor também esclareceu dúvidas dos espectadores a respeito de sua pesquisa e do possível futuro da pandemia no país, a partir da análise realizada até agora.
 
Para saber mais sobre o trabalho feito pelo pesquisador, clique aqui e leia o relato de Fujiwara em seu Twitter. Para conferir o material desenvolvido pelo professor, clique aqui.

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