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26 de Outubro de 2020

IBDFAM - Realidades de transexuais e travestis têm destaque na novela A Força do Querer, reprisada na TV

– Eu não tenho conflito nenhum com meu corpo. Aliás, nenhum! – reflete Nonato (Silvero Pereira), segurança que também se reconhece como a travesti Elis Miranda.

– Conflito com o meu corpo… É isso que eu tenho. Não consigo me entender com meu próprio corpo – reflete Ivana (Carol Duarte), em frente ao espelho.

As falas dos dois personagens da novela A Força do Querer, da TV Globo, ditas na sequência de duas cenas no capítulo que foi ao ar em 13 de outubro, expõem como a identidade de gênero pode ser múltipla e complexa. A história escrita por Glória Perez e exibida em 2017 voltou ao ar com uma abordagem sobre o tema que permanece atual.

Ivana é uma jovem que não consegue se identificar com seu corpo. No decorrer da trama, ela se entende como um homem transexual e inicia o processo de adequação de gênero. Já Nonato se entende como travesti: afirma ter uma mulher dentro dele, que se manifesta sob a pele da drag queen Elis Miranda, mas não tem intenção de mudar sua anatomia.

Por meio dos dois personagens, A Força do Querer fala sobre conflitos com o corpo (ou sobre a ausência deles) por pessoas que não correspondem aos padrões de comportamento relativos à sexualidade e gênero. Ao mesmo tempo, trata sobre autoestima, aceitação, preconceito, reconhecimento e orientação sexual, entre outros temas correlatos.

Há três anos, o público reagiu bem aos personagens, que se tornaram populares. Em entrevista recente, o ator Silvero Pereira contou que sugeriu à autora Glória Perez que “matasse” seu personagem na história, a fim de gerar comoção sobre os índices de assassinatos à população LGBTI. “Não! Nós não vamos matar o seu personagem! Vamos mantê-la viva! Vamos fazer diferente do que acontece na vida”, respondeu a novelista.

A Força do Querer

Novela. De segunda-feira a sábado, às 21h, na TV Globo. Disponível também no Globoplay.

Homo transfobia matou mais de 329 pessoas no Brasil em 2019

Há 40 anos, o Grupo Gay da Bahia – GGB desenvolve o Relatório Anual de Mortes Violentas de LGBT no Brasil. O último levantamento, divulgado em abril, apontou que 329 pessoas, entre lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, tiveram morte violenta no Brasil em 2019 por conta da orientação sexual ou identidade de gênero. Foram 297 homicídios (90,3%) e 32 suicídios (9,7%).

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