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04 de Junho de 2021

Crescer - Número de casamentos cai 27% em São Paulo, durante pandemia do coronavírus

Além de o ano de 2020 ter sido marcado por uma série de separações, uma pesquisa divulgada pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) mostrou que não só os matrimônios estão terminando. Muitos nem tiveram a chance de começar. De acordo com a Fundação, o número de casamentos no estado de São Paulo caiu 27% durante a pandemia do coronavírus.

De acordo com os dados colhidos em cartórios de Registro Civil, em 2020 foram realizados 196.508 casamentos no estado. A pesquisa mostrou uma baixa significativa entre os meses de abril, maio e junho, representando quase metade das uniões que foram concretizadas em 2019 na mesma época. Apesar de haver uma recuperação a partir de julho, a quantidade não foi o suficiente para alcançar os anos anteriores.

Por conta da pandemia, muitos decidiram adiar o casamento para o próximo ano, com o intuito de esperar um momento mais seguro para unir os familiares e amigos. Por enquanto, durante a fase verde, estabelecimentos comerciais e de serviços podem funcionar, desde que com capacidade limitada a 60% e adoção dos protocolos padrão e setoriais específicos. Eventos que gerem aglomeração continuam proibidos. 

Os divórcios

A pandemia de coronavírus aproximou muitas famílias, que ficaram em casa, em home office e no ensino à distância. No entanto, nem todos conseguiram lidar de forma positiva com o "excesso de convivência". "Isso trouxe algumas dificuldades subjacentes, como preocupação excessiva, impossibilidade de se divertir, mudança no estilo de vida e, principalmente, a eclosão de problemas psicológicos e emocionais. Quem tinha um problema conjugal antes, agora está vivenciando esse problema com mais ênfase, além das questões que vieram com a pandemia", explica a a psicóloga Katree Zuanazzi, diretora do Instituto Brilhar Saúde Mental, de Curitiba, no Paraná.

Já no ano passado, a assessoria de imprensa do Google teria adiantado este cenário. Buscas por temas relacionadas ao divórcio cresceram 3.750% desde março de 2020. Entre os principais termos estavam 'divórcio quarentena', 'divórcio online gratuito', 'divórcio na quarentena', 'divórcio virtual' e 'divórcio digital'.

A tendência é que a alta se repita em 2021. Entre janeiro e fevereiro já foi registrado um aumento de 10% se comparado com o início do ano passado, quando ainda não existia a necessidade do isolamento social. "Essa busca pelos pedidos de divórcio decorre da convivência dentro de casa e da mudança de rotina. Muitos casais conviviam pouco e empurravam um problema conjugal para um momento posterior, para o crescimento dos filhos. Mas, conforme as pessoas foram colocadas em isolamento intenso, não houve mais espaço para falta de diálogo e os problemas foram expostos”, disse a advogada Barbara Heliodora à CRESCER.  

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