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29 de Agosto de 2005

Curso de Grafotécnica inaugura eventos da Arpen-SP na regional de Araçatuba

Contando com a participação de cerca de 75 pessoas, a Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado de São Paulo (Arpen-SP) realizou no último sábado (27.08) o primeiro curso de aperfeiçoamento ministrado na regional de Araçatuba, até então única região do estado que não havia recebido eventos organizados pelo Registro Civil.

Coordenado pela sub-diretora regional de São José do Rio Preto, Elisângela Rosa Gonçalves Freire, e contando com o auxílio do diretor regional de São José do Rio Preto, Jacyloé Emanuel Gonçalves Freire, e da diretora regional de Araçatuba, Sílvia Guarinon Corrêa Lodi, o curso realizado no hotel Riviera, em Araçatuba, teve como principal objetivo o aprimoramento do reconhecimento de documentos por parte de Oficiais, escreventes e auxiliares.

"Considero a realização deste curso uma importante conquista da Arpen-SP que até então já havia tentado em três oportunidades levar um curso para esta região. No início do meu mandato considerei esta uma das minhas principais metas e fico feliz de ter alcançado este objetivo rapidamente", afirmou o presidente da Arpen-SP, Odélio Antônio de Lima, que homenageou o trabalho da sub-diretora de São José do Rio Preto para a realização deste evento. "O esforço, trabalho e dedicação da Elisângela foram essenciais para a realização deste evento que ficará marcado como o primeiro de muitos outros que devem ocorrer nesta importante região do nosso estado", finalizou, ressaltando também a presença do vice-presidente da Arpen-SP, José Emygdio de Carvalho Filho.

Para a diretora regional de Araçatuba, Sílvia Guarinon Corrêa Lodi, este primeiro curso servirá de estímulo para os cartórios da região. "Nunca tínhamos realizado algum evento da Arpen-SP na regional de Araçatuba e o pessoal acabou ficando um pouco esquecido e a região ficou sem uma cultura de cursos que, espero, venha a mudar a partir de agora", explicou, ressaltando que por diversas vezes tentou mobilizar sua regional. "Na última vez que tentamos ligamos para todos os cartórios e fomos até visitar alguns, mesmo assim acabou não dando certo. Fico feliz que finalmente tenha saído este curso na regional".

O curso de Grafotécnica e Documentoscopia, ministrado pelos peritos Orlando Gonzales Garcia e Maria Regina Hellmeister G. Garcia, no auditório do hotel Riviera ofereceu aos participantes subsídios técnicos para detectar falsificações e adulterações na atividade diária das unidades cartoriais. Para Orlando Gonzáles foi gratificante realizar o primeiro evento da Arpen-SP na região. "Fico muito gratificado de termos sido convidados pela Arpen-SP para inaugurar um curso em Araçatuba e muito feliz pela maneira com que fomos recebidos pela platéia que participou o tempo inteiro da palestra", afirmou, ressaltando que os participantes permaneceram quase até às 21h do sábado.

Antes do início da palestra dos peritos contratados pela Arpen-SP, o presidente da Associação, Odélio Antônio de Lima, e o vice-presidente, José Emygdio de Carvalho Filho, deram uma série de recomendações aos presentes, enfatizando a importância da modernização dos cartórios, dos serviços oferecidos aos associados da Arpen-SP e do empenho da diretoria na discussão dos assuntos de interesse da classe, como o documento eletrônico e a discussão de projetos de interesse da classe em Brasília.

O curso

A Grafoténica, ramo da Documentoscopia que tem por objetivo o estudo e análise dos elementos constitutivos da escrita manual, com o intuito de individualizá-la, é uma das práticas mais exigidas no trabalho diário de auxiliares e escreventes dos cartórios extrajudiciais. Um bom treinamento e o conhecimento de algumas noções técnicas podem fazer com que muitas dores de cabeça sejam evitadas.

"Fundamos este curso há 14 anos, após um pedido do então Corregedor Geral da Justiça, Dr. Renato Gomes Corrêa, que desejava que passássemos aos funcionários dos cartórios algumas noções técnicas básicas, já que eles eram dotados de muita prática, mas pouco conhecimento técnico dos ramos das falsificações e adulterações", explica Orlando Gonzales Garcia.

O curso dura seis horas, mas Orlando explica que normalmente o horário é prolongado. "A técnica da Grafotécnica é muito detalhista e normalmente extrapolamos este período de seis horas, para que ninguém saia daqui com dúvidas ou com a sensação de que ficou faltando alguma coisa". Responsável por ministrar a primeira parte do curso, "muito teórica, mas extremamente necessária", o perito diz que as falsificações estão cada vez mais se aperfeiçoando. "Hoje quem faz a adulteração de documentos é um especialista, alguém que conhece o funcionamento de um cartório, as normas de trabalho e as técnicas de informática e digitalização cada vez mais estão se aperfeiçoando, por isso é mais do que necessário que as pessoas que trabalhem cartórios estejam cada vez mais atentas".

Perita Criminal da Secção de Documentoscópia de Departamento de Polícia Científica do Estado de São Paulo, Maria Regina Hellmeister G. Garcia é a responsável pela segunda parte do curso, na qual são apresentadas casos reais de falsificação, fazendo com que os participantes treinem na prática a teoria aprendida na primeira metade do curso. "Nesta parte do curso estimulamos o pessoal a opinar sobre documentos que foram alvos de contestações judiciais. São casos reais, onde normalmente o detalhe faz a diferença e o conhecimento da técnica passa a ser crucial", explica.

Com a experiência de 15 anos ministrando aulas para a Arpen-SP, o Colégio Notarial e outras entidades, Maria Regina afirma que hoje os casos de falsificações nos cartórios do Estado de São Paulo são bem menores do que na época em que o curso foi idealizado. "Antes comentava com o Orlando que a cada dia uma fraude era cometida nos cartórios de São Paulo. Hoje já não é mais assim, mas as pessoas precisam ter em mente que os criminosos especialistas estão sempre se aprimorando".

A parte final do curso, mas não menos importante, é destinada à apreciação de documentos de identificação. Aqui, os peritos explicam quais os cuidados que os funcionários devem tomar na hora de aceitarem documentos como a carteira de identidade, CNH, carteira de identidade de estrangeiro, passaporte ou identidades profissionais. "Apesar de ser a última parte do curso, pode-se dizer que é uma das mais importantes. Quando o falsário consegue que seu documento seja aceito como original e abre um cartão de firma, as portas do cartório se abrem para qualquer tipo de fraude", finaliza Maria Regina.

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