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05 de Fevereiro de 2007

Curso de Grafotécnica é sucesso de público na Capital

Contando com a participação de mais de 115 pessoas, a Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado de São Paulo (Arpen-SP) realizou no último sábado (03/02) no Grand Hotel Ca'd'Oro, na Capital paulista mais um curso de Grafotécnica aplicada à prática cartorária, que tem por objetivo o estudo e a análise dos elementos constitutivos da escrita manual.

"Este curso é uma grande oportunidade para aprimorar nossos serviços e é indispensável àqueles que estão iniciando. Os palestrantes são excelentes. Além da simpatia nos ajudam de forma clara, simples e bem-humorada a compreender cada etapa da palestra", avalia Cristina Maciel de Godoy Fazion, Oficial Substituta do Registro Civil de Vila Nova Cachoeirinha.

O curso de Grafotécnica e Documentoscopia, ministrado pelos peritos Orlando Gonzales Garcia e Maria Regina Hellmeister G. Garcia, no auditório Donizetti do Grand Hotel Ca'd'Oro, ofereceu aos participantes subsídios técnicos para detectar falsificações e adulterações na atividade diária das serventias. "Nós esperamos que estas informações sejam proveitosas no dia a dia de cada um", afirmou Gonzáles.

Antes do início da palestra os peritos alertaram: "assinatura não é carimbo, não existem duas assinaturas iguais. Isso é uma regra sem exceção da grafotécnica". E explicam: "a grafotécnica identifica a pessoa através da escrita. Cada pessoa tem uma escrita inconfundível, portanto é perfeitamente possível identificar alguém através da escrita. Não há como falsificar uma assinatura".

O curso

A Grafoténica, ramo da Documentoscopia que tem por objetivo o estudo e análise dos elementos constitutivos da escrita manual, com o intuito de individualizá-la, é uma das práticas mais exigidas no trabalho diário de auxiliares e escreventes dos cartórios extrajudiciais. Um bom treinamento e o conhecimento de algumas noções técnicas podem fazer com que muitas dores de cabeça sejam evitadas.

"O curso nasceu na corregedoria em 1990 para dar mais condições técnicas para os trabalhos de conferência de assinaturas, reconhecimento, lavratura de escritura, procurações e etc. O resultado tem sido ótimo, diminuiu muito a quantidade de perícias que eu costumava realizar em cartórios, eu acredito que seja resultado positivo deste curso. O curso é totalmente dirigido à necessidade cartorária", explica Maria Regina Hellmeister G. Garcia.

"É a quarta vez que estou fazendo o curso. Desta vez para uma atualização, pois a última vez que eu fiz foi há mais de quatro anos. E vai me ajudar principalmente porque serei agente de validação para emissão de certificado digital da Arpen-SP e é necessário ter este curso para fazer", disse Danilo Costa Neves Paoliello, escrevente do Registro Civil do Tucuruvi. "O curso é proveitoso, nos auxilia na prevenção de falsificações, nos dá elementos técnicos para nossa prática diária" completa Heraldo de Araújo Sabino, escrevente do Registro Civil do Brás.

Com duração de sete horas o curso foi dividido em quatro partes. A primeira etapa explica os elementos técnicos da grafotécnica, ministrada por Orlando. Em seguida Maria Regina abre a segunda parte com aplicação de casos práticos. No terceiro estágio Orlando retoma e faz uma explanação sobre documentos de identificação e finaliza com palestra sobre documentoscopia.

Responsável por ministrar a primeira parte do curso, "muito teórica, mas extremamente necessária", o perito diz que as falsificações estão cada vez mais se aperfeiçoando. "Hoje quem faz a adulteração de documentos é um especialista. A importância deste curso é levar a eles ferramentas de trabalho para que associem essas informações técnicas de grafotécnica e de documentos para a prevenção de fraude. Aliada estas informações com a prática que eles já tem com a função que exercem eles deverão ter um sucesso muito maior na detecção de fraudes", afirmou Orlando.

Maria Regina Hellmeister G. Garcia, perita Criminal da Secção de Documentoscópia de Departamento de Polícia Científica do Estado de São Paulo, responsável pela segunda parte do curso, na qual são apresentadas casos reais de falsificação, fazendo com que os participantes treinem na prática a teoria aprendida na primeira metade do curso. "Nesta parte do curso estimulamos o pessoal a opinar sobre documentos que foram alvos de contestações judiciais. São casos reais, onde normalmente o detalhe faz a diferença e o conhecimento da técnica passa a ser crucial", explica.

Para finalizar o curso, a última parte é destinada à apreciação de documentos de identificação. Aqui, os peritos explicam quais os cuidados que os funcionários devem tomar na hora de aceitarem documentos como a carteira de identidade, carteira de habilitação, carteira de estrangeiro, passaporte ou identidades profissionais. Com uma luz ultra-violeta Orlando mostra como a tinta reagente a este tipo de luz auxilia na detecção de falsificações. Outros itens de segurança como impressão calcográfica (método de impressão também conhecido como talho-doce), utilização de papel filigranado, impressão digital, luminescência do papel são valiosos elementos de segurança que devem ser atentados pelos cartorários.

"O resultado deste curso é bem positivo, pois ele sedimenta os elementos técnicos. Eles tem segurado bastante fraude com esta assessoria especializada aliada a prática deles. Eles assimilam bem o curso e o resultado é muito bom", conclui a perita Maria Regina.

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