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Registradores paulistas têm atuação de destaque no Conarci 2025
A participação dos
registradores civis de São Paulo foi um dos pontos altos do 31º Congresso
Nacional do Registro Civil (Conarci 2025), realizado em Maceió (AL). Além de
presenças institucionais relevantes, os paulistas contribuíram com reflexões
profundas sobre a sustentabilidade da atividade, inovação tecnológica, produção
acadêmica e fortalecimento da cidadania.
Protagonismo no Conarci
Acadêmico
A abertura do Conarci
Acadêmico, etapa científica do evento, foi conduzida por Karine Maria Famer
Rocha Boselli, 2ª vice-presidente da Arpen-SP e idealizadora do projeto, ao
lado do juiz paulista Alberto Gentil e do presidente da Arpen-Brasil, Devanir
Garcia. “O projeto é como um filho, com um processo construído desde o namoro,
depois sua gestação, e hoje estamos comemorando seu 4º aniversário. Então, viva
o Registro Civil, viva a produção acadêmica realizada pelos registradores”,
destacou Karine.
O espaço também contou com
participação paulista entre os pesquisadores. A registradora Letícia Araújo
Ferreira, do 12º Subdistrito do Cambuci-SP, apresentou o trabalho “Princípios
da Análise Econômica do Direito aplicados ao Registro Civil”, ressaltando a
necessidade de novos olhares sobre a atividade.
“A análise econômica nos
permite enxergar o Registro Civil com maior racionalidade, avaliando escolhas
legislativas, potencialidades e utilidades sociais. Isso dá mais densidade
científica à defesa do RCPN como instituição essencial para a cidadania e para
a eficiência do Estado”, afirmou Letícia.
Outro destaque paulista foi
a apresentação de Frank Wendel Chossani, oficial do RCPN e tabelião de notas de
Populina-SP, que refletiu sobre os desafios da atividade a partir da metáfora
da via crucis, ressaltando a fé pública, a confiança social e a missão dos
registradores. “Não estamos aqui para falar de religião, mas de fé — a fé
pública que a lei nos confere, a fé social da confiança da população e a fé no
futuro, de que dias melhores virão. O Registro Civil já passou por martírios,
mas é também uma missão, sustentada pelo compromisso de garantir cidadania e
pela certeza de que ainda podemos alcançar o esplendor”, enfatizou.
Inovação em destaque: IdRC e
usabilidade digital
Ainda no primeiro dia do
Congresso, Luis Carlos Vendramin Júnior, presidente do ON-RCPN e oficial do 2º
Registro Civil de São José dos Campos-SP, participou da oficina prática sobre o
IdRC e suas aplicações no Registro Civil.
Apresentando avanços da
autenticação eletrônica regulamentada pelo Provimento nº 157/2023, Vendramin
trouxe números que impressionam: mais de 2,8 milhões de usuários já utilizaram
a ferramenta, com cerca de 15 mil novos acessos por dia e 210 autenticações
eletrônicas diárias. “A tecnologia deve ser clara e acessível para o
cidadão. Quanto mais simples e intuitivo for o acesso, maior será a adesão e,
consequentemente, a efetividade do sistema”, afirmou.
Debate sobre dignidade e
renda mínima
No painel “Dignidade do
Registrador Civil à Prova”, a 2ª vice-presidente da Arpen-SP, Karine Boselli,
trouxe uma reflexão sobre o caráter humano da atividade e a urgência da
sustentabilidade financeira. “O Registro Civil acolhe vidas desde o nascimento
até o último adeus, mas não podemos viver apenas da nobreza da missão. É
preciso garantir viabilidade econômico-financeira. Há serventias que não
praticam sequer um ato remunerado, mas continuam indispensáveis para a
cidadania”, afirmou.
O painel contou ainda com a
palestra do jurista e ex-presidente do TJ/SP, desembargador José Renato Nalini,
reforçando a relevância paulista nos debates centrais do Congresso.
Inovação e inteligência
artificial
Vendramin, que também abriu
o painel “Inteligência Artificial e sua aplicabilidade ao RCPN”, destacou que a
automação já é uma realidade concreta no Registro Civil. “A IA deve ser usada
para ganhar produtividade. Quem não usar ficará para trás, assim como aconteceu
com a internet ou com o smartphone. A transformação é irreversível e cada vez
mais acelerada”, afirmou.
O oficial lembrou ainda da
cartilha lançada pelo ON-RCPN, fruto de um workshop internacional sobre IA, que
estabeleceu premissas básicas para o uso responsável da tecnologia. “Nosso foco
é utilizar a inteligência artificial em ambiente seguro, sem compartilhamento
de dados pessoais em plataformas públicas. Toda a infraestrutura é própria, com
servidores locais, garantindo transparência e proteção à atividade registral”,
ressaltou.
Outro nome paulista de
grande relevância foi Gustavo Renato Fiscarelli, 1º vice-presidente da Arpen-SP
e oficial de Registro Civil do Cartório de Cotia-SP, que participou de forma
on-line no painel.
Fiscarelli defendeu que a IA
seja utilizada com responsabilidade ética e foco na inclusão social. “O
Registro Civil é o epicentro da transformação digital dos serviços públicos. Ao
adotar a IA, precisamos preservar nossos princípios de autenticidade, integridade
e disponibilidade. O desafio é desenvolver ferramentas que fortaleçam a
cidadania e maximizem a atuação humana em tarefas de maior complexidade”,
destacou.
Presenças institucionais de
São Paulo
Além das participações nos
debates, o Conarci 2025 contou com a presença de importantes integrantes da
diretoria da Arpen-SP:
• Leonardo Munari de Lima, presidente
da Arpen-SP;
• Daniela Silva Mroz, 1ª
secretária da Arpen-SP e oficial de RCPN de São Mateus;
• Eliana Lorenzato Marconi, 1ª
tesoureira da Arpen-SP;
• Raquel Silva Cunha
Brunetto, 2ª tesoureira da Arpen-SP.
Além dos membros da
diretoria, diversos registradores paulistas marcaram presença no evento.
A expressiva participação
paulista reafirmou o protagonismo do estado no cenário nacional, tanto no campo
acadêmico quanto nas discussões institucionais e tecnológicas que definem os
rumos do Registro Civil no Brasil.
Fonte: Eduardo Carrasco/Assessoria de Comunicação
Arpen-SP