Notícias

11 de Dezembro de 2002

Aumentam as mortes de mulheres por causas violentas nas regiões Norte e Nordeste, diz pesquisa do IBGE

As estatísticas do registro civil mostram que, no País como um todo, durante o período de 1990 a 2000, a proporção de mortes de homens relacionadas com causas violentas aumentou de 16,5% para 18,8% do total de óbitos, enquanto entre as mulheres essas proporções se mantiveram praticamente inalteradas, em torno de 4%.

Entretanto, especificamente nas regiões Norte e Nordeste, houve aumento significativo da proporção de mulheres que morreram por causas violentas, com incrementos relativos em torno de 17% e 8%, respectivamente, de 1990 a 2001. A mais elevada incidência de óbitos do sexo feminino por causas violentas se encontra na região Centro-Oeste, com valores médios em torno de 7%. Entende-se como morte violenta aquela relacionada a homicídios, suicídios, acidentes de trânsito, quedas, etc. - conjunto de óbitos que vem aumentando seu peso na estrutura geral da mortalidade desde a década de 1980, afetando principalmente os adolescentes, jovens e adultos brasileiros do sexo masculino.

Em 1990, a maior incidência de óbitos por causas violentas entre a população do sexo masculino foi observada nas regiões Centro-Oeste (20,5%) e Norte (15,1%). Em 2001, a proporção de óbitos violentos masculinos na região Norte aumentou para 17,4% (um incremento relativo de 15%). Na região Centro-Oeste, onde as proporções já se encontravam em patamares elevados, os valores se mantêm próximos àqueles determinados no início da década. Nesse período, a região Sudeste encontra-se posicionada em terceiro lugar (15% em 1990 e 17,3% em 2000 e 2001). É importante apontar que a região Nordeste apresentava a menor incidência de mortes masculinas por causas violentas em 1990 (11,4%) mas elevou sua proporção para 13,5% em 2001, ou seja, registrou um aumento de mais de 18%, ao contrário da região Sul, onde poucas alterações foram constatadas ao longo desse período.

No País como um todo, em 1990, cerca de 60% dos óbitos masculinos ocorridos na faixa etária de 15 a 24 anos estavam relacionados às causas violentas. O valor sobe para 70% em 2000 (um incremento de 15% na década) e cresce de forma generalizada nas regiões brasileiras, com destaque para o Sudeste, onde os valores passam de 64% em 1990 para 77,6% em 2000, significando uma variação de mais de 21%. A violência, nessa faixa etária mais jovem, começa a atingir de forma intensa também as mulheres, pois, durante o período considerado, tiveram aumentos importantes na proporção de óbitos relacionada a essa causa. No agregado nacional, a proporção de óbitos de mulheres dessa faixa de idade por causas violentas passou de 28,9% para 33,5%, um aumento relativo de 16% na década, sendo que, dentre as regiões, o Norte apresentou os incrementos mais elevados, ao passar de 20% para 25% durante o período considerado.

O fenômeno da violência entre jovens de 15 a 24 anos do sexo feminino está mais concentrado nas áreas mais desenvolvidas do Centro-Sul do País, onde a proporção de óbitos, nesta faixa etária, relacionados à violência no total de óbitos chega a ser superior a 35%, em 2000, tendo, inclusive, durante alguns anos da década, ultrapassado 40%, nas regiões Sul e Centro-Oeste. De qualquer forma, pelas informações apresentadas, observa-se uma tendência a generalização do fenômeno da violência, independentemente do sexo e da região, para essa faixa etária específica.

Assine nossa newsletter