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18 de Outubro de 2021

G1 Mogi - Alto Tietê registrou em setembro o menor número de mortes pela Covid-19 em 18 meses, apontam cartórios

Dados indicam, no entanto, que os idosos passaram a representar 70,6% do total das vítimas, o que aponta para um aumento de 11,8 pontos percentuais na comparação com agosto.

O total de mortes por Covid-19 registrado nos cartórios do Alto Tietê em setembro de 2021 foi um dos menores de toda a pandemia. Com 58 vidas perdidas, o índice só perde para o primeiro mês da crise sanitária, quando 12 óbitos foram notificados.

Os dados são da Associação de Registradores de Pessoas Naturais (Arpen) e coincidem com o avanço da vacinação contra a doença. No entanto, o levantamento mostra que as mortes de idosos voltaram a crescer.

Do total de vitimas, 70,6% tinha 60 anos ou mais. Em agosto, esse número representava 58,8%. De acordo com especialistas, o aumento nos óbitos dessa faixa etária ressalta a importância da dose de reforço na imunização, recomendada pelo Ministério da Saúde (confira abaixo).

O levantamento inclui Arujá, Biritiba Mirim, Ferraz de Vasconcelos, Guararema, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Poá, Salesópolis, Santa Isabel e Suzano. É levado em consideração o local de registro e, não necessariamente, onde a pessoa morava.

Na comparação com agosto, o total de vítimas da Covid-19 caiu em 35,5% no mês de setembro. Com o índice, os óbitos atestados em cartório atingiram um dos patamares mais baixos de toda a pandemia.

Ainda de acordo com os dados da Arpen, essa foi a sexta redução consecutiva, desde março desse ano, quando foi observado o segundo pico da doença na região. Naquele mês foram 778 registros. Agora são 92,5% a menos.

Cenário preocupante para os mais velhos

Embora a baixa no índice seja animadora, os números dos cartórios acendem um alerta para a população idosa. Este grupo foi o que registrou a menor redução no número de mortes nas cidades do Alto Tietê.

Entre agosto e setembro, o número de vítimas com até 59 anos caiu em 54%. Já na faixa de 60 anos ou mais, a redução foi de apenas 22,6%. Além disso, no último mês, os idosos representavam cerca de dois terços do total de óbitos.

Em setembro, 41,3% do total de mortos pela Covid-19 eram pessoas com idades entre 60 e 79 anos. Em seguida estava o grupo de 80 a 99, com 29,3% do total. A faixa dos 50 a 59 indicava 22,4%.

Outros 5,1% dos mortos tinham entre 20 e 39 anos, enquanto 1,7% tinha até 19 anos. Não houve registro de vítimas acima de 100 anos neste mês.

Em uma explicação ao g1 em agosto, a infectologista Raquel Muarrek havia dito que esse cenário já era observado em todo o estado e, de certa forma, era esperado. Isso ocorre porque os idosos têm uma resposta imune menor, podendo retornar ao quadro respiratório.

"Nós estamos em uma época em que os idosos já passaram em torno de seis meses da sua vacinação e há uma queda, uma resposta imunológica menor, com o tempo da vacina. Por isso a gente considera que o idoso é um paciente frágil".

Consequentemente, a dose de reforço se mostra essencial. A recomendação do Ministério da Saúde é que a população acima de 70 anos, que tenha tomado a segunda dose há mais de seis meses, e imunossuprimidos, recebam mais uma aplicação.

"Nesse momento, no estado, estamos vendo um aumento no número de internações, em torno de 30%, para pessoas acima de 70 e 80 anos. Por isso a necessidade da revacinação ou a dose de reforço nessa faixa etária", completa Raquel.

A dose de adicional não é, exatamente, uma terceira dose. Segundo a infectologista Suzi Berbert, esse conceito está relacionado à manutenção do nível de anticorpos que foram obtidos dentro do previsto nos estudos.

"O reforço vacinal é feito para quem já tomou as duas doses da vacina e teve o efeito imunológico esperado. O reforço funciona como uma manutenção. No caso da Influenza, por exemplo, quando a gente aplica o reforço todos os anos, a gente desenvolve anticorpos contra as cepas novas e antigas", explica.

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