Notícias

10 de Fevereiro de 2004

Clipping - Veja - Os nomes mais comuns no Brasil até que são simples. Já suas variações...

Cauã Reymond, 23 anos Em tupi-guarani, cauã é um tipo de pássaro, citado inclusive por José de Alencar. Nada a ver, porém, com Reymond: sua mãe, Denise, que é astróloga, fez a escolha com base na numerologia, ao buscar um nome "forte", que desse "equilíbrio" ao filho. "Hoje eu gosto", diz o ator. "Mas, quando era criança, faziam muita brincadeira."

Variações: Cahuan, Cauan, Kauan, Kauã, Kauhan, Kauwan, Kawã, Kawan, Khauan

Veja Também

Outros nomes que estão na moda

Afinal, o que há num nome? Expectativas de sucesso, anseios de ascensão social, projeções dos desejos da mamãe e do papai sobre aquela criaturinha - além de um bocado de modismos e, em muitos casos, uma brasileiríssima capacidade de inventar novidades. Um exemplo: há dois anos, quando sua primeira filha nasceu, Carla Perez deu-lhe o nome de Camilly Victória. Há um mês, veio o filho, a quem chamou de Víctor Alexandre. Carla manifestou duas preferências nacionais na hora de escolher o nome do bebê: 1) optou por nomes "da moda"; e 2) grafou cada um como bem entendeu. Na lista de nomes mais registrados em 2003 computada pela empresa Certifixe em dezenove cartórios de diversos Estados, Camile (com suas dezessete variações, como Kammyle e Camylly) está em 11º lugar, enquanto Vitória, até poucos anos atrás um quase extinto resquício dos "nomes de tia", dispara em sexto. Victor está em sétimo. Só Alexandre, um clássico que de tempos em tempos passa por períodos de sístole e diástole, escapa dos mais votados, mas explica-se: é o nome do pai. A escolha foi influência da apresentadora Hebe Camargo, diz Carla. "Fomos ao programa e dissemos que estávamos entre Víctor Natan e Víctor Alexandre. Ela disse que Víctor Natan parecia joalheria", diz, relembrando o sábio conselho.

Sthefany, 16 anos, e Kayky Brito, 15 Os irmãos atores são típicos representantes da nova geração de nomes não só diferentes como modificados ao gosto da mãe. O dele é homenagem ao também ator Caíque (apelido de Carlos Henrique) Ferreira, morto em 1994, de quem Sandra, a mãe, era fã. "É chato ter sempre de soletrar", diz ele. "Às vezes perco a paciência e falo para escreverem do jeito que quiserem." O dela foi inspirado na princesa Stéphanie de Mônaco. Ao contrário do irmão, não vê problemas em ter de soletrar. "Ninguém tem obrigação de saber", pondera. Dificuldades, só na escola: Sthefany foi a última da classe a aprender a escrever o próprio nome.
Variações de Kayky: Kaique, Kaiky, Kaike, Kaic, Kaick, Kaiqui, Kayki, Kayke, Caik, Caique, Kayque, Kayqui Variações de Sthefany: Stefany, Steffany, Stefhany, Stefanie, Stefane, Stefanny, Stefani, Estefani, Estefane, Estefanny, Esteffani, Esteffany, Stephani, Stephanie, Stephany, Stephanny, Sthefani, Sthefanny, Sthefanie, Sthefanni, Sthephany, Stheffany, Ystephany

Na nova safra de nomes preferidos (veja a lista abaixo), nota-se um acentuado declínio na antiga mania de juntar nome do pai com nome da mãe e pespegar o resultado no recém-nascido - embora aqui e ali apareça um Julimar, uma Noemionara. Observa-se ainda um predomínio de nomes mais identificados com a sonoridade da língua pátria (exceções feitas a Giovanna e Kauan, ambos em meteórica e multigrafada ascensão), em detrimento dos importados que prevaleciam nas décadas de 60 e 70 - uma multidão de Wellington, Washington, Robinson e outros terminados em "on". De modo geral, quanto mais alta a classe social maior a tendência a nomes "simples", enquanto a quantidade de ípsilons e eles dobrados aumenta em proporção inversa. "Uma das explicações para a quantidade de variações do mesmo nome no Brasil é a falta de conhecimento da grafia certa. Muitas vezes, a pessoa escreve pelo som ou pelo que acha que é", diz Regina Obata, professora do departamento de biblioteconomia da Universidade de São Paulo e autora do Livro dos Nomes.

Entre as meninas, o campeão é Ana, com ou sem acompanhamento (o levantamento nos cartórios só leva em conta o primeiro nome), seguido do eterno Maria, este certamente seguido de complemento. Stephanie está em 43º, mas é um dos campeões de variações: tem 29, uma delas aplicada à atriz Sthefany Brito, que em casa tem a companhia de outro bem cotado, o irmão Kayky, que já foi apelido (Caíque) e hoje está em 28º lugar na lista de nomes preferidos para meninos computada pelo Certifixe. Nesta, predominam João (com e sem adendos) e Gabriel, que, acreditem, tem duas variações: Gabriell e Gabryel. Fenômeno, nesse caso, é Kauan, um nome de origem indígena que, ninguém entende bem como, se popularizou e agora ocupa um honroso oitavo lugar. As versões são muitas - dez, exatamente, entre elas Kauwan e a que batizou o ator Cauã Reymond. Um dos motivos citados para a inesgotável criatividade nacional na hora de batizar os filhos é o fato de, tirando os indígenas, o Brasil não ter nomes propriamente autóctones. "Nos países de cultura mais antiga, como França, Espanha e Portugal, os nomes são escolhidos de acordo com os costumes da família", explica Regina. Já nos Estados Unidos, que também têm pouquíssimos nomes originais (até os dos índios foram traduzidos), a ortodoxia onomástica já foi praticamente substituída por um vale-tudo à brasileira. Segundo o site Babynames.com, que registra a preferência de quem o acessa, no momento os mais cotados são nomes com um quê de antigo (Emma, Abigail) ou sobrenomes desviados de sua função, como Madison e Mackenzie, para meninas, e Jordan e Logan, para meninos.

Campeõs Nacionais

Giovanna, Larissa e Kauan despontam como novidades na lista dos mais registrados em cartórios do Brasil

Menina

1 - Ana
2 - Maria
3 - Júlia
4 - Giovanna
5 - Beatriz
6 - Vitória
7 - Letícia
8 - Gabriela
9 - Larissa
10 - Isabela

Menino

1 - João
2 - Gabriel
3 - Lucas
4 - Pedro
5 - Matheus
6 - Luiz
7 - Victor
8 - Kauan
9 - Guilherme
10 - Vinícius


Volta ao passado

Nada de John ou Mary - os americanos gostam de variar. Atualmente, a preferência vai para nomes antigos. A seguir, a lista dos mais populares

Menina

1 - Madison
2 - Emma
3 - Abigail
4 - Riley
5 - Chloe
6 - Hannah
7 - Alexis
8 - Isabella
9 - Mackenzie
10 - Taylor

Menino

1 - Aidan
2 - Jaden
3 - Caden
4 - Ethan
5 - Caleb
6 - Dylan
7 - Jacob
8 - Jordan
9 - Logan
10 - Hayden

Fonte: Revista VEJA, edição 11-02-2004

Assine nossa newsletter