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21 de Agosto de 2015

Arpen-SP participa do lançamento do livro “O futuro da Justiça”

Na tarde desta quarta-feira (19.08), a Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado de São Paulo (Arpen-SP) participou do lançamento do livro “O futuro da Justiça”, do português Eduardo Vera-Cruz Pinto, catedrático da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e integrante do Conselho Superior da Magistratura de Portugal. O lançamento aconteceu no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).
 
O livro, que traz críticas ao sistema de Justiça, mas com indicação de soluções, teve o prefácio do presidente do TJ-SP, José Renato Nalini, em sua versão brasileira. A edição e distribuição está sendo feita pelo Instituto dos Advogados de São Paulo (Iasp).
 
Primeiro a falar no lançamento do livro, o presidente do Iasp, José Horácio Halfeld Rezende Ribeiro, destacou que “é uma enorme honra promover o lançamento desta obra do professor catedrático Eduardo Vera-Cruz Pinto, aqui no TJ-SP”. “Esta foi uma das obras mais espetaculares que eu li nos últimos tempos e os senhores verão isso ao saírem daqui, pois sem dúvidas vão varar a noite fazendo esta leitura”, disse Horácio.
 
O presidente da Academia Paulista de Letras, Gabriel Chalita, esteve também presente ao evento e falou em nome da intelectualidade paulista. “Talvez a reflexão deste brilhante intelectual português, e um pouco brasileiro, queira nos ajudar um pouco a perguntar sobre futuro da Justiça no aspecto de que respostas somos capazes de dar para a sociedade cada vez mais individualista”, comentou Chalita.
 
“Não existe justiça sem humanidade e não existe humanidade sem Justiça, senão os homens se destroem. Quanto poder temos, homens e mulheres da Justiça, se não de mudarmos o mundo, mas de melhorarmos o mundo de tantas pessoas que chegam até nós? Quem sabe seja este o futuro da Justiça: que a gente consiga não burocratizar os sistemas, mas enxergar as pessoas que há por trás das páginas que lemos”, destacou o presidente da Academia Paulista de Letras.
 
Importância da Justiça
 
O autor do livro, Eduardo Vera-Cruz Pinto, agradeceu as palavras dos colegas e também ao Iasp, ao TJ-SP e à Academia Paulista de Letras, prestando homenagens a todos que tornaram a versão brasileira possível, por ideia de José Horácio quando foi a Lisboa.
 
Eduardo deixou uma mensagem aos presentes. “À magistratura de São Paulo, aos representantes da magistratura dos causídicos, gostaria de dizer que a Justiça está toda nas vossas mãos. Tentamos na universidade fazer o possível, mas, como escrevi no livro, a universidade está em ruínas. Estamos a transformar a universidade, sobretudo a faculdade de Direito, numa escola profissional de operadores da justiça.”.
 
“Tem que parar de abrir faculdade de Direito. É preciso repensar o ensino, ensinar a Justiça, ensinar música, voltar aos clássicos; é preciso que os alunos tenham cultura e que não estejam só a preparar-se para o Exame da Ordem, com todo respeito que tenho por isso, e para a entrada na Magistratura. Isto não tem tanta importância assim. A importância verdadeira de um jurista é a entrega às causas, à igualdade da justiça, às coisas que nos fazem humanos e pessoas.”, completou o autor.
 
José Renato Nalini, autor do prefácio e presidente do TJ-SP, falou aos presentes sobre a “reunião fraterna com um irmão de Portugal, nascido em Angola, que vem aqui nos privilegiar com o lançamento de um livro que, em muito boa hora, José Horácio publicou para que nós todos possamos ler. Uma obra consistente e densa, que veio para ficar. Li mesmo durante uma noite.”.
 
Para Nalini, ficam as mensagens de “tornar a justiça mais humana, menos burocratizada, menos automatizada, menos robotizada”. “Na nossa pregação sempre dizemos que a justiça não pode ser trivializada, sob pena de ser desrespeitada.”, completou.
 
Pela Arpen-SP, esteve presente Rodrigo da Costa Dantas, Oficial do 4º Subdistrito de Registro Civil da Capital – Nossa Senhora do Ó. Também participaram o presidente do Instituto de Estudos de Protestos de Títulos do Brasil – Seção São Paulo (IEPTB-SP), José Carlos Alves;  o corregedor geral da Justiça, desembargador Hamilton Elliot Akel; a esposa do autor da obra, Marta Vera-Cruz Pinto; o chefe de gabinete da Presidência do TJSP e decano da Academia Paulista de Letras, poeta Paulo Bomfim; além de outros desembargadores, juízes, promotores, defensores, advogados, servidores do Judiciário e público em geral.

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