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19 de Maio de 2016

Argentina tem um Messi, mas Brasil tem 76

Governo brasileiro criou um site listando o nomes mais populares no Brasil, organizado por região e década. Os resultados são incríveis
 
Uma recente ferramenta disponibilizada pelo Governo brasileiro chamada Nomes no Brasil permite que usuários vejam todas estatísticas que se pode imaginar sobre nomes no Brasil. Agora sabemos quantas pessoas estão registradas com um nome, onde certos nomes são mais populares e em qual década eles se tornaram tendência. A iniciativa foi empreendida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que é responsável pelo Censo do Brasil.
 
Os nomes mais populares não são surpresa: Maria (11.7 milhões de mulheres) e José (5.7 milhões de homens). Desde a década de 1930, quando o censo nacional começou, Maria tem sido o nome feminino mais comum – sempre com Ana em segundo lugar. José era o nome de escolha entre as décadas de 1930 e 1980. Nos anos 1990, Lucas foi o nome mais popular e João recebeu a condecoração nos anos 2000 – mas agora José recuperou a liderança.
 
É interessante ver os nomes que saíram de moda ao longo dos anos. Geralda, Severina e Alzira eram grandes sucessos nos anos 1930 – mas não são mais. Agora eles são vistos como nomes de avós. Enquanto esses nomes perderam popularidade, o século 21 viu o crescimento de escolhas incomuns como Cauã, Rian e Enzo, para meninos, e Kailane ou Sophia para meninas.
 
De acordo com o IBGE, existem mais de 130.000 nomes diferentes listados para os 204 milhões de residentes no Brasil – uma média de 1.5 pessoas por nome. Claro, isso também se deve à criatividade de alguns pais na escrita dos nomes. Por exemplo, você pode encontrar Daniela, ou Danniela, ou Daniella ou até Dannyella. Infinitas possibilidades!
 
Criando nomes para a criança
 
Brasileiros também têm uma inclinação por criar nomes misturando o começo do nome de um dos pais com o final do nome do outro. Por exemplo, o filho de um Everaldo e uma Josicleide poderia se tornar Josiraldo. História verdadeira. Tradicionalmente, essa tem sido a escolha entre as famílias mais humildes. Antropologistas explicam isso como uma tentativa dos pais de dar um nome aos filhos que os tornará únicos – às vezes é o único jeito de lhes dar uma distinção social.
 
“Existe uma lei de 1973 dizendo que é ilegal escolher um nome que exponha a criança ao ridículo. Cabe ao oficial de registro julgar isso. Se os pais insistirem em escolher o nome mesmo assim, a situação pode ser levada a um juiz,”, Leonardo Munari de Lima, diretor da Associação dos Registradores de São Paulo, explicou ao plus55. Por outro lado, o considerado ridículo é indiscutivelmente subjetivo.
 
Nos anos 1960, 35 crianças foram chamadas de Pelé (o jogado de futebol, cujo verdadeiro nome é Edson).  Na década de 1980, outro futebolista inspirou os pais: 300 foram chamados de Zico (cujo verdadeiro nome é Arthur). Nos anos 2000, esse tipo de homenagem se tornou internacional: 827 foram chamados de Zidane, em homenagem ao ex-jogador francês e agora técnico, e temos 76 crianças chamadas Messi. Toma essa, Argentina, vocês só têm um!
 
Embora a plataforma esteja disponível apenas em Português, é bastante direta e amigável para o usuário. Nós recomendamos uma visita, mas avisamos: pode ser viciante!

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