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21 de Junho de 2018

Clipping – Gazeta do Povo - Brasil teve 119 mil nascimentos a menos do que previsto por causa do Zika vírus

Queda de 4,5% no número previsto de nascimentos para aquele ano se deu pelo medo das infecções pelo vírus, segundo pesquisa

Estudo brasileiro calcula que 119.095 bebês não nasceram em 2016 devido ao medo dos pais das consequências do Zika vírus. A infecção, que chamou atenção no Brasil em 2015 pelo aumento no número de casos de microcefalia em bebês, foi possivelmente o principal receio dos brasileiros para postergar a gestação.

Divulgada pelo periódico Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), e pelo site de notícias médicas Medscape, a pesquisa levantou dados de todos os estados brasileiros, além do Distrito Federal, e calculou o número de nascimentos previstos entre setembro de 2015 e dezembro de 2016. Com os dados, foi constatada a queda de 4,5% entre a previsão e os nascimentos que de fato ocorreram no mesmo período.

Como não havia evidências de aumento nas mortes fetais, a conclusão a qual chegou a equipe foi que as gestações nem chegaram a ocorrer, ou foram interrompidas. A diferença constatada entre a previsão e os nascimentos era de 119 mil partos.

Medo do Zika vírus

Embora a pesquisa não tenha realizado entrevistas com as mulheres e famílias para indicar as razões para a postergação da gravidez, outro estudo feito preliminarmente, de entrevistas conduzidas em 2016, sugeriam a relação com o Zika vírus.
Resultados preliminares de diferentes entrevistas sugeriram que as mulheres estavam postergando a gestação para evitar sequelas no nascimento relacionadas ao Zika vírus”, citam os pesquisadores no estudo.

O estudo também verificou diferenças nas quedas de nascimento conforme a região. Índices mais altos foram identificados nos estados de Pernambuco e Rio de Janeiro, onde 8,8 e 7,2, a cada 100 nascimentos, não foram observados. No país, em 2016, para cada 100 nascimentos, 4,2 não ocorreram.

No Paraná, entre 2015 e 2017, foram confirmados 6,1 casos de mulheres grávidas com suspeita de Zika vírus para a cada mil gestantes. No mesmo período, na Paraíba, foram identificados 758,8 casos.
  1. Zika vírus

Transmitida pelo mesmo mosquito da dengue, Aedes aegypti, o Zika vírus é descrito pelo Ministério da Saúde como uma doença febril aguda, que dura entre três a sete dias e, em geral, sem complicações mais graves.

Depois da epidemia da doença no Brasil em 2015, uma das sequelas mais importantes identificadas foi o nascimento de crianças com microcefalia, de mães que tinham sido infectadas pelo vírus durante a gestação.

Para prevenir, valem as mesmas medidas adotadas contra a dengue e a chikungunya: eliminação dos focos dos mosquitos. Não há, por enquanto, vacinas que visem à prevenção da infecção pelo Zika vírus.

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