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08 de Outubro de 2005

Curso de Grafotécnica em São José dos Campos é sucesso de público e organização no Vale do Paraíba

Contando com a participação de mais de 120 pessoas, a Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado de São Paulo (Arpen-SP) realizou no último sábado (08.10), em São José dos Campos, o terceiro curso de Grafotécnica da gestão de Odélio Antônio de Lima à frente da Associação.

Coordenado pelo diretor regional de São José dos Campos, Gilberto Motta Simões, o curso realizado no hotel Othon Travel Intervale, em São José dos Campos, teve como principal objetivo o aprimoramento do reconhecimento de documentos por parte de Oficiais, escreventes e auxiliares.

"Considero a realização deste curso uma importante ferramenta para o aprimoramento do trabalho de escreventes e funcionários de cartórios. A avaliação de documentos e o reconhecimento de firma deve ter como base uma análise técnica e criteriosa, fundamentos que são extremamente explorados neste curso", afirmou o vice-presidente da Arpen-SP, Nélson Hidalgo Molero, que esteve representando o presidente da Arpen-SP, Odélio Antônio de Lima.

Para o diretor regional de São José dos Campos, Gilbero Motta Simões, o curso foi bastante proveitoso. "Foi muito bom, fiquei realmente impressionado com a qualidade do curso e com a facilidade que os peritos tem em prender a atenção da platéia que participou bastante da palestra", completou Simões, que pela segunda vê promoveu um curso de Grafotécnica em sua regional.

O curso

A Grafoténica, ramo da Documentoscopia que tem por objetivo o estudo e análise dos elementos constitutivos da escrita manual, com o intuito de individualizá-la, é uma das práticas mais exigidas no trabalho diário de auxiliares e escreventes dos cartórios extrajudiciais. Um bom treinamento e o conhecimento de algumas noções técnicas podem fazer com que muitas dores de cabeça sejam evitadas.

"Fundamos este curso há 14 anos, após um pedido do então Corregedor Geral da Justiça, Dr. Renato Gomes Corrêa, que desejava que passássemos aos funcionários dos cartórios algumas noções técnicas básicas, já que eles eram dotados de muita prática, mas pouco conhecimento técnico dos ramos das falsificações e adulterações", explica Orlando Gonzales Garcia.

O curso dura seis horas, mas Orlando explica que normalmente o horário é prolongado. "A técnica da Grafotécnica é muito detalhista e normalmente extrapolamos este período de seis horas, para que ninguém saia daqui com dúvidas ou com a sensação de que ficou faltando alguma coisa". Responsável por ministrar a primeira parte do curso, "muito teórica, mas extremamente necessária", o perito diz que as falsificações estão cada vez mais se aperfeiçoando. "Hoje quem faz a adulteração de documentos é um especialista, alguém que conhece o funcionamento de um cartório, as normas de trabalho e as técnicas de informática e digitalização cada vez mais estão se aperfeiçoando, por isso é mais do que necessário que as pessoas que trabalhem cartórios estejam cada vez mais atentas".

Perita Criminal da Secção de Documentoscópia de Departamento de Polícia Científica do Estado de São Paulo, Maria Regina Hellmeister G. Garcia é a responsável pela segunda parte do curso, na qual são apresentadas casos reais de falsificação, fazendo com que os participantes treinem na prática a teoria aprendida na primeira metade do curso. "Nesta parte do curso estimulamos o pessoal a opinar sobre documentos que foram alvos de contestações judiciais. São casos reais, onde normalmente o detalhe faz a diferença e o conhecimento da técnica passa a ser crucial", explica.

Com a experiência de 15 anos ministrando aulas para a Arpen-SP, o Colégio Notarial e outras entidades, Maria Regina afirma que hoje os casos de falsificações nos cartórios do Estado de São Paulo são bem menores do que na época em que o curso foi idealizado. "Antes comentava com o Orlando que a cada dia uma fraude era cometida nos cartórios de São Paulo. Hoje já não é mais assim, mas as pessoas precisam ter em mente que os criminosos especialistas estão sempre se aprimorando".

A parte final do curso, mas não menos importante, é destinada à apreciação de documentos de identificação. Aqui, os peritos explicam quais os cuidados que os funcionários devem tomar na hora de aceitarem documentos como a carteira de identidade, CNH, carteira de identidade de estrangeiro, passaporte ou identidades profissionais. "Apesar de ser a última parte do curso, pode-se dizer que é uma das mais importantes. Quando o falsário consegue que seu documento seja aceito como original e abre um cartão de firma, as portas do cartório se abrem para qualquer tipo de fraude", finaliza Maria Regina.

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