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08 de Agosto de 2007

Paternidade Responsável - Mutirão da Paternidade leva cidadania a três bairros em Ribeirão Preto

A cidade de Ribeirão Preto, a cerca de 300 km da Capital paulista, viveu um momento especial no último domingo (05.08), com a realização da 2ª etapa do projeto "Paternidade Responsável" que, nas mobilizações realizadas pelos três Subdistritos do município realizou o sonho de 76 crianças, que passaram a ter o nome do pai reconhecido no seu registro de nascimento.

Designadas para o período da tarde do domingo as escolas Professora Glete de Alcântara, localizada no bairro do Parque Ribeirão e atendida pelo 1° Subdistrito, Walter Paiva, no bairro do Ipiranga, atendida pelo 2° Subdistrito, e Dom Alberto Gonçalves, no bairro dos Campos Elíseos, atendida pelo 3° Subdistrito, estiveram repletas de famílias podendo efetivar o direito ao reconhecimento da paternidade.

Para o juiz corregedor dos cartórios do município, Dr. Thomaz Carvalhaes Ferreira, o projeto veio a regularizar muitas situações que traziam prejuízos às vidas de jovens e crianças. "Trata-se de um direito de cidadania, que o Judiciário, em parceria com os cartórios e demais órgãos envolvidos estão proporcionando a milhares de pessoas em todo o Estado. Um direito que está sendo exercido", contabilizou o magistrado, que esteve atuando na mobilização realizada pelo 1° Subdistrito.

Coordenando os trabalhos do 3° Subdistrito, o Oficial Antonio Rodini Luiz, apoiou a iniciativa cidadã realizada de forma pioneira no Estado de São Paulo. "É um projeto muito valioso, que tem por objetivo facilitar a vida de pessoas que necessitam de apoio da sociedade. É uma iniciativa de cidadania", destacou.

A mesma opinião tinham os juízes de Direito que atuaram na mobilização na escola estadual Dom Alberto Gonçalves. "É o poder público realizando uma atitude pró-ativa, indo atrás das pessoas que necessitam ser ajudadas, regularizando a vida das famílias", explicou a juíza Dra. Heloísa Martins Mimessi. "Já realizamos 10 audiência até agora e em nove delas houve o reconhecimento. É um prazer poder trazer este tipo de benefício de cidadania a nossa cidade", enfatizou o magistrado Dr. José Duarte Neto.

Situação inusitada

Na ação realizada pelo cartório do 2° Subdistrito, que contou com 11 funcionários atuando na escola estadual Walter Paiva, no bairro do Ipiranga, uma situação inusitada destacou-se dentre as 47 audiências previstas para o último domingo. Três irmãos, já maiores, esperavam ansiosamente o reconhecimento, mas não de sua paternidade, e sim da maternidade, ausente do registro de nascimento.

"Era uma situação muito complicada para nós", explicou Luiz Carlos Candido Júnior, de 25 anos. "Agora mesmo estava precisando realizar a renovação do CIC e por não ter o nome da mãe no registro de nascimento isso trazia algumas dificuldades", disse. "Na verdade, traz problemas, mas já estava acostumado. Mas com o nome de minha mãe no registro fica muito mais fácil", explicou o irmão, Marcelo Diego, de 24 anos.

O casal Luiz Carlos Candido e Sirlei Cesário estava radiante com a possibilidade de completar o registro de seus filhos. "Com este evento, esse mutirão, ficou mais fácil para nós. Tudo acontece aqui perto de casa, foi tudo organizado e pudemos realizar este sonho", disse Candido. "Sempre cuidei de meus filhos, mas na época que nasceram não eu não podia registra-los como meus filhos", lamentou Sirlei. "Mas hoje tudo isso ficou para trás e eles vão para casa com a certidão completa", comemorou.

Segundo o Oficial Substituto do 2° Subdistrito de Ribeirão Preto, Leandro Kennedy, a Constituição antiga impedia o registro da criança em nome da mãe caso ela estivesse casada com outra pessoa, que não o pai das crianças. Por esta razão, os três irmãos acabaram registrados somente em nome do pai. "O registro de nascimento é muito importante e não poderia deixar meus filhos sem o documento", completa Candido.

No 1° Subdistrito de Ribeirão Preto as situações não eram diferentes. Muita felicidade e emoção com a efetivação do reconhecimento de paternidade. "Meu filho sempre reclamou de só o irmão ter o sobrenome do pai. Agora viemos reparar este erro", disse radiante Ângela Maria Jerônimo. "Havíamos nos separado na época que o João Victor nasceu, mas hoje estamos juntos novamente e resolvemos a situação de nosso filho", comemorou Luiz Carlos de Souza.

Já no 3° Subdistrito de Ribeirão Preto, o casal que comemorava era Vaninha Barbosa e Sebastião Teodoro Barbosa. "Estou até emocionada", dizia Vaninha, que está grávida. "Este mutirão nos ajudou muito, estamos muito felizes e nosso filho vai ficar ainda mais contente quando receber a nova certidão", exaltou Barbosa, enquanto deixava, com um sorriso estampado no rosto a escola estadual Dom Alberto Gonçalves, no bairro de Campos Elíseos.

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