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19 de Julho de 2021

ABC do ABC - Cartórios de São Bernardo registram 1º semestre com mais óbitos e menos nascimentos

Diferença entre nascimentos e óbitos é a menor já registrada desde o início da série histórica

A pandemia da Covid-19 vem causando um profundo impacto nas estatísticas vitais da população de São Bernardo do Campo. Além das mais de 3,5 mil vítimas fatais atingidas pela doença na cidade, o novo coronavírus vem alterando a demografia de uma forma nunca vista desde o início da série histórica dos dados estatísticos dos Cartórios de Registro Civil em São Bernardo do Campo, em 2003: nunca se morreu tanto e se nasceu tão pouco em um primeiro semestre como neste ano de 2021, resultando na menor diferença já vista entre nascimentos e óbitos nos primeiros seis meses do ano.

Os dados constam no Portal da Transparência do Registro Civil (https://transparencia.registrocivil.org.br/inicio), base de dados abastecida em tempo real pelos atos de nascimentos, casamentos e óbitos praticados pelos Cartórios de Registro Civil do País, administrada pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), cruzados com os dados históricos do estudo Estatísticas do Registro Civil, promovido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base nos dados dos próprios cartórios brasileiros.

Em números absolutos os Cartórios de São Bernardo do Campo registraram 4.425 óbitos até o final do mês de junho. O número, que já é o maior da história em um primeiro semestre, é 134,6% maior que a média histórica de óbitos na cidade, e 44% maior que os ocorridos no ano passado, com a pandemia já instalada há quatro meses em São Bernardo. Já com relação a 2019, ano anterior à chegada da pandemia, o aumento no número de mortes foi de 90%.

Com relação aos nascimentos, São Bernardo do Campo registrou o segundo menor número de nascidos vivos em um primeiro semestre desde o início da série histórica em 2003. Até o final do mês de junho foram registrados 5.327 nascimentos, número 7,2% menor que a média de nascidos na cidade desde 2003, e 3,2% menor que no ano passado. Com relação à 2019, ano anterior à chegada da pandemia, o número de nascimentos caiu 1,6% em São Bernardo.

O resultado da equação entre o maior número de óbitos da série histórica em um primeiro semestre versus o menor número de nascimentos da série no mesmo período é o menor crescimento vegetativo da população em um semestre na cidade de São Bernardo do Campo, aproximando-se, como nunca antes, o número de nascimentos do número de óbitos. A diferença entre nascimentos e óbitos que sempre esteve na média de 3.856 nascimentos a mais, caiu para apenas 902 em 2021, uma redução de 76,6% na variação em relação à média histórica. Em relação a 2020, a queda foi de 62,9%, e em relação a 2019 foi de 70,7%.

"Com o Portal da Transparência, podemos visualizar a real condição que a sociedade está passando, como o grande aumento no número de óbitos e a diminuição dos nascimentos", comentou Luis Carlos Vendramin Junior, presidente da Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado de São Paulo (Arpen/SP). "Por meio da plataforma, o Poder Público pode fazer uma análise dos impactos da doença e trabalhar as políticas necessárias para atendimento à esta nova realidade populacional", concluiu.

Natalidade e Casamentos

Embora não seja a regra, a série histórica do Registro Civil demonstra que o aumento no número de casamentos está diretamente ligado ao aumento da taxa de natalidade em São Bernardo do Campo, o que deve fazer com que os nascimentos ainda demorem um pouco a serem retomados, já que no primeiro semestre de 2021 a cidade registrou o segundo menor número de casamentos desde o início da série histórica em 2003.

Embora 24,2% menor que a média histórica de casamentos no primeiro semestre em São Bernardo do Campo, o número de matrimônios em 2021 mostra uma recuperação em relação às celebrações do ano passado, fortemente impactadas pela chegada da pandemia que adiou cerimônias civis em virtude dos protocolos de higiene necessários à contenção da doença. Até junho deste ano os Cartórios celebraram 1.841 casamentos civis, número 13,4% maior que os 1.623 matrimônios realizados no ano passado, mas ainda 20,8% menor que os 2.325 casamentos celebrados em 2019.

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