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30 de Setembro de 2009
Clipping - Jornal O Estado de São Paulo - Por R$ 2 mil, é possível comprar RG e CPF falsos
Venda de documentos ocorre livremente nas proximidades do Largo 13 de Maio e no centro de SP.
"Você quer o nascer de novo?" A pergunta foi feita ao repórter por um homem, na tarde de ontem, na esquina das ruas Paulo Erio e Amador Bueno, próximo do Largo 13 de Maio, em Santo amaro, zona Sul. O kit é formado por RG e CPF falsos. Os documentos ficam prontos em dez dias. O RG é entregue em mãos. OCPF é enviado para a casa do interessado. O preço do pacote: R$ 2 mil.
A venda de documentos ocorre livremente no entorno do lLrgo 13 de maio e no centro. Nos dois locais, os vendedores atuam de dia e sem disfarces. O modo de operação é igual em ambos: o primeiro contato ocorre com os homens que anunciam compra de ouro, fotógrafos ou venda de atestados, eles colhem as primeiras informações e levam o "comprador" para o falsificador concluir o negocio. O valor do pacote pode variar de R$ 350 a R$ 2 mil.
Das 11horas ao meio-dia a reportagem localizou quatro vendedores: três na Praça da Sé e um na Praça do Patriarca, próximo da Sede da Prefeitura. "Quer documento hein?" perguntou um senhor de óculos. Após saber da procura por RG e um CPF falsos, ele chamou outro homem, que estava na mesma calçada. "Ele é especialista nisso". O preço: R$1,4 mil.
O "especialista" ressaltou que não existia o risco de a policia prender o comprador por uso de documento falso. "O numero (do CPF) é quente, sai de dentro da Receita". Havia ainda, a possibilidade de encomendar uma Carteira Nacional de habilitação (CNH) por mais de R$400.
O estelionatário exigiu R$ 700 em dinheiro como sinal. O restante deveria ser pago dali uma semana. E a garantia de que não desapareceria com o dinheiro? "Acha que vou me sujar por causa de R$ 700? Estou aqui há 15 anos." Ele contou que fica ali diariamente, das 8h as 14 horas.
Na saída da Estação Sé do metro, um rapaz prometeu dois documentos por R$ 800, criados a partir de números "rodados". Se o cliente preferir documentos "mais quentes", custa R$ 1,2 mil. Com esses, você consegue ate abrir conta.
A Receita Federal informou não ter registro de que algum CPF já tenha sido vendido na Parca da Sé. Segundo a Receita, é remota a possibilidade de fraude dentro do órgão, uma vez que o acesso ao sistema de emissão é restrito e rastreado.
A PM afirmou que não tem levantamentos sobre esse tipo de crime. Em nota, o delegado titular do 1/ DP (Sé), Marcel Druziani, afirmou que, nos últimos 40 dias, 12 pessoas foram presas em flagrante por venda de documentos falsos na Parca da Sé. Em maio, 8 mil espelhos em branco de RGs foram roubados.
O perito criminal aposentado Sebastião Edison Cinelli, de 77 anos, especialista em desvendar falsificações, explicou que os documentos, mesmo com serie cancelada, podem ser usados por criminosos em varias atividades ilícitas. "é muito difícil checar a autenticidade, principalmente no comercio, já que as cédulas são originais.
"Você quer o nascer de novo?" A pergunta foi feita ao repórter por um homem, na tarde de ontem, na esquina das ruas Paulo Erio e Amador Bueno, próximo do Largo 13 de Maio, em Santo amaro, zona Sul. O kit é formado por RG e CPF falsos. Os documentos ficam prontos em dez dias. O RG é entregue em mãos. OCPF é enviado para a casa do interessado. O preço do pacote: R$ 2 mil.
A venda de documentos ocorre livremente no entorno do lLrgo 13 de maio e no centro. Nos dois locais, os vendedores atuam de dia e sem disfarces. O modo de operação é igual em ambos: o primeiro contato ocorre com os homens que anunciam compra de ouro, fotógrafos ou venda de atestados, eles colhem as primeiras informações e levam o "comprador" para o falsificador concluir o negocio. O valor do pacote pode variar de R$ 350 a R$ 2 mil.
Das 11horas ao meio-dia a reportagem localizou quatro vendedores: três na Praça da Sé e um na Praça do Patriarca, próximo da Sede da Prefeitura. "Quer documento hein?" perguntou um senhor de óculos. Após saber da procura por RG e um CPF falsos, ele chamou outro homem, que estava na mesma calçada. "Ele é especialista nisso". O preço: R$1,4 mil.
O "especialista" ressaltou que não existia o risco de a policia prender o comprador por uso de documento falso. "O numero (do CPF) é quente, sai de dentro da Receita". Havia ainda, a possibilidade de encomendar uma Carteira Nacional de habilitação (CNH) por mais de R$400.
O estelionatário exigiu R$ 700 em dinheiro como sinal. O restante deveria ser pago dali uma semana. E a garantia de que não desapareceria com o dinheiro? "Acha que vou me sujar por causa de R$ 700? Estou aqui há 15 anos." Ele contou que fica ali diariamente, das 8h as 14 horas.
Na saída da Estação Sé do metro, um rapaz prometeu dois documentos por R$ 800, criados a partir de números "rodados". Se o cliente preferir documentos "mais quentes", custa R$ 1,2 mil. Com esses, você consegue ate abrir conta.
A Receita Federal informou não ter registro de que algum CPF já tenha sido vendido na Parca da Sé. Segundo a Receita, é remota a possibilidade de fraude dentro do órgão, uma vez que o acesso ao sistema de emissão é restrito e rastreado.
A PM afirmou que não tem levantamentos sobre esse tipo de crime. Em nota, o delegado titular do 1/ DP (Sé), Marcel Druziani, afirmou que, nos últimos 40 dias, 12 pessoas foram presas em flagrante por venda de documentos falsos na Parca da Sé. Em maio, 8 mil espelhos em branco de RGs foram roubados.
O perito criminal aposentado Sebastião Edison Cinelli, de 77 anos, especialista em desvendar falsificações, explicou que os documentos, mesmo com serie cancelada, podem ser usados por criminosos em varias atividades ilícitas. "é muito difícil checar a autenticidade, principalmente no comercio, já que as cédulas são originais.