Notícias
Com 1,05%, Brasil atinge o menor índice de sub-registro de nascimentos desde 2015
Dados divulgados nesta
sexta-feira (16/05), nas Estatísticas do Registro Civil do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE), revelam que o sub-registro de
nascimento no Brasil atingiu seu menor nível histórico, com
apenas 1,05% das crianças sem certidão no primeiro ano de vida. O
número consolida uma trajetória de avanços: em 2022, o índice era de 1,31%.
Apesar do avanço
nacional, as regiões apresentam cenários distintos. O Norte permanece
com a maior taxa do país (3,73%), mas registrou a maior redução -
caindo de 5,14% em 2022. Em seguida aparece o Nordeste com 1,49%. As
demais regiões apresentam índices abaixo de 1%: Centro-Oeste com 0,78%, Sudeste
com 0,31%, e o Sul com melhor índice do Brasil de 0,19%.
"Os resultados
confirmam a eficiência do trabalho dos registradores civis, que atuam em todos
os municípios do país, garantindo o direito à cidadania desde o
nascimento", afirma Devanir Garcia, presidente da Associação Nacional
dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil).
Norte e Nordeste
concentram maior sub-registro de óbitos no país
O Brasil registrou
leve queda no sub-registro de óbitos em 2023, com 3,55% das mortes não
contabilizadas oficialmente - redução de 0,1 ponto percentual em relação a
2022. No entanto, as regiões Norte e Nordeste continuam apresentando números
preocupantes, com 12,29% e 7,83% de mortes não registradas, respectivamente.
Os dados revelam uma
situação crítica nos óbitos infantis: bebês com até 27 dias de vida apresentam
sub-registro de 12,03%, enquanto aqueles entre 28 e 364 dias têm 10,19% de
mortes não registradas. Três estados se destacam negativamente nesse cenário: Maranhão
lidera com 43% de sub-registro em óbitos de menores de 1 ano, seguido por Amapá
(42,36%) e Piauí (33,02%).
Redução de óbitos
entre idosos com 80 anos ou mais
Houve uma queda de
7,9% no número de óbitos entre idosos com 80 anos ou mais em comparação com o
ano anterior, equivalente a uma redução de 38.035 óbitos. Idosos (60 anos ou
mais) representaram 71% dos óbitos em 2023, totalizando 1,01 milhão de mortes,
com queda de 5,7% em relação a 2022, sendo 61.272 óbitos a menos. Todas as
regiões tiveram queda, com destaque para Sul (-8,0%) e Nordeste (-5,3%),
enquanto o Norte apresentou menor redução (-2,3%).
Entre os estados,
Paraíba (-11,8%) e Rio Grande do Sul (-10,2%) registraram as maiores quedas. No
total, houve 783 mil óbitos masculinos (-4,9%) e 646 mil femininos (-5,2%),
aumentando a razão e óbitos entre os sexos para 121,2 mortes de homens para
cada 100 mulheres.
Nascimentos no Brasil
caem pelo 5º ano seguido, com aumento de mães entre 30 e 39 anos
Em 2023, o Brasil
registrou 2,52 milhões de nascimentos, uma queda de 0,7% em relação a 2022, que
registrou 2,54 milhões, marcando o quinto recuo consecutivo desde 1974.
Apenas a região
Centro-Oeste teve aumento, de 1,1%, enquanto 18 estados apresentaram queda, com
destaque para Rondônia (-3,7%), Amapá (-2,7%) e Rio de Janeiro (-2,2%).
Tocantins (3,4%) e Goiás (2,8%) lideraram os aumentos.
A maioria dos
registros, que representa 87,7%, foi feita em até 15 dias, e 98,8% em até 90
dias. Registros realizados após os 90 dias concentraram-se em 16 municípios,
principalmente na Região Norte.
A idade das mães mudou
significativamente: em 2023, 21,0% dos nascimentos foram de mulheres entre
30-34 anos (ante 14,6% em 2003), e 13,7% entre 35-39 anos, que tinha 7,2% em
2003. Já os nascimentos de mães com até 19 anos caíram de 20,9% em 2003 para 11,8%
em 2023, com maiores proporções no Norte (18,7%) e Nordeste (14,3%).
O grupo mais comum em
2023 foi o de mães entre 25-29 anos (25,5%), que corresponde a 641.180
nascimentos, seguido por 20-24 anos (23,6%), que teve queda acentuada desde
2003 (31,1%).
Casamentos no Brasil
caem 3% em 2023, mas uniões entre mulheres batem recorde
O número de casamentos
no Brasil recuou 3% em 2023, totalizando 940,8 mil registros. A queda foi
observada em todas as grandes regiões, exceto no Centro-Oeste, que registrou
aumento de 0,8%. O Sudeste apresentou a maior redução, com 5% menos uniões em
relação ao ano anterior.
Desse total, apenas
11,2 mil foram casamentos entre pessoas do mesmo sexo – um aumento de 1,6% em
relação a 2022 e novo recorde da série histórica, iniciada em 2013 após a
decisão do CNJ que impediu cartórios a se recusarem de não celebrar essas
uniões. A maioria desses registros, com 62,7%, envolveu casais femininos, que
tiveram alta de 5,9%. Já as uniões entre homens recuaram 4,9%.
Os dados mostram ainda
uma mudança no perfil etário dos noivos. Em 2003, apenas 8,2% das mulheres que
se casaram tinham 40 anos ou mais. Vinte anos depois, essa proporção saltou
para 25,1%. Entre os homens, o avanço foi ainda maior: passou de 13% em 2003
para 31,3% em 2023.
Divórcios no Brasil aumentam 4,9% em
2023
O número de divórcios
no Brasil cresceu 4,9% em 2023, totalizando 440,8 mil processos concedidos em
primeira instância ou por escrituras extrajudiciais. Os dados das Estatísticas
do Registro Civil mostram que as regiões Centro-Oeste e Norte lideraram o aumento,
com altas de 16,8% e 13,1%, respectivamente.
Os homens se
divorciaram, em média, aos 44,3 anos, enquanto as mulheres dissolveram o
casamento mais cedo, aos 41,4 anos. A proporção entre casamentos e divórcios
também chama atenção: para cada 100 uniões registradas no país, houve 47,4
dissoluções. O tempo médio de duração dos casamentos que chegaram ao fim em
2023 foi de 13,8 anos – três anos a menos que em 2010, quando essa média era de
16 anos.
A maioria dos
divórcios, 81,8%, foi judicial e concedida em primeira instância. Entre esses
casos, quase metade, 46,3%, envolveu casais com filhos menores de idade,
configurando-se como o principal arranjo familiar afetado pelas dissoluções.
Os dados apresentados
das Estatísticas do Registro Civil pelo IBGE podem ser conferidos em www.agenciadenoticias.ibge.gov.br.
Fonte: Assessoria
de Comunicação da Arpen-Brasil, com informações do IBGE