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Edson Fachin assume STF e CNJ defendendo diálogo, inclusão e transformação digital; registradores civis destacam papel do Judiciário para a atividade
O ministro Edson Fachin tomou posse nesta segunda-feira
(29/09) como presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho
Nacional de Justiça (CNJ) para o biênio 2025/2027, tendo o ministro Alexandre
de Moraes como vice-presidente. Em uma cerimônia solene no plenário do STF,
marcada por discursos em defesa da democracia e do fortalecimento das
instituições, Fachin apresentou as diretrizes de sua gestão, destacando
segurança jurídica, diálogo institucional, diversidade, sustentabilidade e
transformação digital como prioridades.
Ao abrir seu discurso, Fachin enfatizou a importância do
respeito às instituições. “Assumir a Presidência do STF é mais um dever do que
um poder”. Segundo ele, o país precisa de previsibilidade nas relações
jurídicas e confiança entre os Poderes. “Ao Direito, o que é do Direito. À
Política, o que é da Política”, destacou.
Fachin também afirmou que sua gestão será guiada por
racionalidade, diálogo e discernimento. “O país precisa de previsibilidade nas
relações jurídicas e confiança entre os Poderes. O Tribunal tem o dever de
garantir a ordem constitucional com equilíbrio”. O novo presidente ainda
destacou que buscará ampliar esse diálogo entre os Poderes e dentro do próprio
Judiciário, sempre com base no colegiado. “A pauta é da instituição, e não
apenas da Presidência”, disse ao anunciar que as prioridades do tribunal serão
construídas de forma participativa.
Fachin ressaltou que a aplicação da Constituição deve
priorizar os grupos historicamente esquecidos e silenciados, como negros, povos
indígenas, mulheres, crianças, idosos e pessoas com deficiência. “É hora de
ouvir mais. Grupos vulneráveis não podem ser ignorados”, afirmou.
O ministro também reforçou seu compromisso com a liberdade de
imprensa, o combate à desinformação e a necessidade de aproximar o Judiciário
do cidadão por meio da transformação digital. Para ele, a revolução tecnológica
deve ser usada como instrumento de cidadania, inclusão e transparência.
Entre os desafios listados para a gestão estão ainda a crise
climática, a judicialização de demandas sociais, o combate à corrupção e o
enfrentamento ao crime organizado em rede. Fachin anunciou que estuda a criação
de uma rede nacional de juízes criminais especializados em organizações
criminosas.
CNJ: integridade, transparência e redução da litigiosidade
“Diversos objetivos estratégicos nos guiarão também no
Conselho Nacional de Justiça. Vamos realçar o perfil de controle administrativo
do Conselho Nacional de Justiça e seu propósito de promover políticas públicas
judiciárias à luz de sua atividade-fim. A partir de uma institucionalidade
responsável, insere-se o Conselho Nacional de Justiça como órgão central na
atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário, competindo-lhe
prevenir, detectar e corrigir condutas potencialmente desviantes e desenvolver
mecanismos de atenção aos riscos de integridade, bem ainda atuar com
transparência sobremaneira ativa na interação com os diversos ramos do setor
público e privado.
Dadas essas premissas, cumpre avançar e dar um passo a mais,
porquanto se torna oportuna a criação de um Observatório de Integridade e
Transparência, que possa dar conta de reunir, analisar e agir com presteza em
favor da legitimidade do Poder Judiciário brasileiro.
Impende manter e aprofundar o enfrentamento da hiper
litigiosidade e da morosidade processual. Da meta já bem estruturada quanto à
redução da Litigiosidade, com foco inicial em Previdência, automação da
Execução Fiscal e indução ao maior uso de precedentes pelas instâncias
inferiores, prosseguiremos com afinco para o estímulo de soluções não
judicializadas de controvérsias.”
STF celebra coesão democrática
Em nome da Corte, a ministra Cármen Lúcia destacou o caráter
democrático da alternância de cargos e ressaltou a atuação de Fachin e Moraes
em defesa da Constituição. “Os juízes se alternam nos cargos, mas a Corte
mantém seus compromissos e suas responsabilidades perante a sociedade”, disse.
Ela também lembrou a tentativa recente de golpe contra a
democracia brasileira e reafirmou que o STF permanece íntegro, coeso e plural,
“com a vigilância ininterrupta dos valores e princípios da democracia tão
duramente conquistada”.
Registro Civil presente à solenidade
Representando os registradores civis de todo o país, o
presidente da Arpen-Brasil, Devanir Garcia, participou da cerimônia e ressaltou
a relevância da posse para o futuro do Registro Civil, já que o ministro Fachin
assume também a Presidência do CNJ, órgão responsável por regulamentar e
fiscalizar a atividade extrajudicial.
“Sabemos que o ministro Edson Fachin é um magistrado que
preza muito pela desjudicialização. Então buscaremos com ele, no Conselho
Nacional de Justiça, avançar cada vez mais nessa pauta”, afirmou Devanir.
O dirigente destacou ainda que a nova gestão traz esperança
de avanços concretos para a categoria. “Saímos daqui esperançosos de que
poderemos trazer cada vez mais benefícios e sustentabilidade ao Registro Civil,
sempre com diálogo e transparência junto ao Judiciário e ao CNJ”, completou.
Para a Arpen-Brasil, os compromissos assumidos por Fachin em
seu discurso dialogam diretamente com os desafios do Registro Civil. A defesa
da inclusão social e dos grupos vulneráveis, a valorização da diversidade e o
incentivo à transformação digital são pilares que também orientam a atuação das
serventias em todo o país. “O ministro tem características de muita serenidade
e bastante diálogo, então temos a certeza de que poderemos, sim, buscar o
Conselho Nacional de Justiça, e que ele agora como presidente, ajude a
proporcionar ao Registro Civil do Brasil a sustentabilidade tão esperada, que,
com certeza, ele terá a sensibilidade de entender nossas necessidades”,
completou Devanir.
Nesse sentido, a entidade reforça a importância de estreitar
o diálogo com o CNJ e com o STF, assegurando que a modernização tecnológica, a
segurança jurídica e a sustentabilidade da atividade caminhem lado a lado na
promoção da cidadania.
Fonte: Eduardo Carrasco, Assessoria de Comunicação Arpen-Brasil