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05 de Dezembro de 2013
Clipping - Jornal de Limeira: Maridos adotam sobrenome da esposa
Casos assim crescem em Limeira e Campinas
Adotar o sobrenome do marido após o casamento foi sempre algo normal na sociedade. O que mudou, com o passar dos anos, é que a mulher passou a optar ou não pela inclusão do sobrenome do marido e, em alguns casos, o homem é quem escolheu passar a assinar o seu nome com o sobrenome da esposa. As mudanças fazem parte da realidade dos novos casais, que admitem "fugir" a regra por opção pessoal, sem apego ao que sempre foi tradicional.
O casal de Cordeirópolis, Ederson Salvi Batistela e Francieli Alessandra Batistela, figuram essa nova tendência da troca de sobrenomes. Ederson, mais conhecido como Edinho, optou por adotar o sobrenome da esposa, que não aderiu ao seu sobrenome. "Ela reagiu com naturalidade quando decidi ter o sobrenome dela, afinal tomamos a decisão juntos. Na verdade quem mais se espantou foram todas as outras pessoas. Aparentemente, quando você foge do que é julgado 'normal', as pessoas acham estranho", declarou.
O casamento ocorreu em maio de 2008 e até hoje, o fotógrafo não conhece outros casos como o seu. "Teve até um fato curioso. Um dia eu estava fotografando um casamento e durante as assinaturas do casal e padrinhos, o noivo questionou o juiz se ele conhecia algum caso de homem que adotou o sobrenome da mulher. O juiz disse que nunca havia visto isso e ele foi o mesmo juiz que fez o meu casamento. Então eu disse que havia feito isso. Todo mundo me olhou e fez se um estranho silêncio. Até hoje não sei porque", contou.
O casal de limeirenses, Juraci R. Soares Requena e Talita D. Requena Soares, também chama a atenção pela troca de sobrenomes. Ele ficou com o dela e ela com o dele. Quem teve a ideia foi Juraci. "Ela ficou muito surpresa com minha atitude. Optei por isso, primeiro porque gosto muito dela, e acredito que quando você assume uma pessoa, tem que assumir por inteiro. E segundo, porque ela gosta muito do sobrenome dela", falou.
Já Edinho disse que sua atitude foi motivada por outros fatores. "Primeiro, eu e ela nunca tivemos laços com a minha família, enquanto tinhamos com a família dela. Achei que não seria legal ela adotar o nome de uma família que ela sequer conhecia. O segundo motivo foi que o nome dela ficaria muito grande se ela adotasse o meu", falou.
MUDANÇA DA LEI
E como é possível, hoje, optar ou não pelo sobrenome do marido e fazer essa troca? Essa situação se tornou possível com a edição do novo Código Civil brasileiro, que normatizou a possibilidade de qualquer um dos cônjuges acrescentar o sobrenome do(a) companheiro(a) ao próprio nome (art. 1565 º 1º). Embora a Constituição Federal de 1988 já igualasse homens e mulheres, não havia norma que permitisse ao homem a mudança de sobrenome. Anteriormente, a Constituição de 1916 obrigava as mulheres a adotar sobrenome do esposo no ato do casamento, o que só passou a ser opcional, em 1977 com a Lei do Divórcio. "Acho essa mudança sensacional. Antes era algo muito machista, a mulher era obrigada a ter o sobrenome do marido, Hoje existe essa liberdade. Conheço outros homens que têm sobrenome da esposa, mas ainda são poucos casos. Ainda existe questão do machismo", declarou Juraci.
Embora o Código Civil possibilite o acréscimo de sobrenome, cabe a cada estado normatizar a possibilidade de supressão dos sobrenomes de solteiro. Em São Paulo, o Provimento nº 25 da Corregedoria Geral de Justiça prevê que "qualquer dos nubentes, querendo, poderá acrescer ao seu o sobrenome do outro, vedada a supressão total do sobrenome de solteiro". Sendo assim, pode haver supressão de sobrenomes, desde que permaneça pelo menos um originário.
A pessoa que decide por alterar o nome deve providenciar a alteração de todos os seus documentos pessoais - RG, CPF, CNH, Título de Eleitor, Passaporte, cadastro bancário, registros imobiliários e no local de trabalho. Caso não queira fazer a mudança, deverá apresentar a certidão de casamento quando for necessário fazer prova de sua nova identificação. "Eu nunca tive problema com essa mudança. Eu sempre soube que teria de atualizar toda minha documentação. Cerca de três anos depois do meu casamento foi necessário e eu passei a organizar tudo em meu novo nome, mas foi tudo muito rápido e eficiente. Em nenhum momento, até hoje, me arrependi por ter tomado esta atitude", declarou Edinho.
Em Limeira, 37 sobrenomes neste ano
O ano de 2013 está perto do fim e, até agora, 37 homens limeirenses adotaram o sobrenome de suas esposas, segundo os dados levantados pela Arpen-SP (Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado de São Paulo). O número deve ficar abaixo do ano anterior, que foram 73 casos. Os primeiros registros, cinco no total, foram em 2003. De lá pra cá, todo ano, homens limeirenses adotam o sobrenome de suas esposas. A maior tendência vem de 2009 até hoje.
Em Campinas, aumentou em 51% o número de homens que adotaram o sobrenome da mulher após o casamento onze anos depois da entrada em vigor do novo Código Civil, em 2002. Levantamento realizado pela Arpen-SP junto aos cartórios de Campinas, mostra que em 2002, apenas 22% dos homens adotava o sobrenome da esposa. Em 2012, este número saltou para 34% do total de matrimônios.
Com relação às mulheres, em 2002, 71% escolhiam mudar o sobrenome após o matrimônio. Em 2012, o número aumentou para 74%. Entretanto, a situação começou a mudar em 2013. Segundo os dados do CRC, até o mês de agosto 69% das mulheres que se casaram optaram por mudar o sobrenome, gerando uma queda de 7% em relação ao ano passado.
Adotar o sobrenome do marido após o casamento foi sempre algo normal na sociedade. O que mudou, com o passar dos anos, é que a mulher passou a optar ou não pela inclusão do sobrenome do marido e, em alguns casos, o homem é quem escolheu passar a assinar o seu nome com o sobrenome da esposa. As mudanças fazem parte da realidade dos novos casais, que admitem "fugir" a regra por opção pessoal, sem apego ao que sempre foi tradicional.
O casal de Cordeirópolis, Ederson Salvi Batistela e Francieli Alessandra Batistela, figuram essa nova tendência da troca de sobrenomes. Ederson, mais conhecido como Edinho, optou por adotar o sobrenome da esposa, que não aderiu ao seu sobrenome. "Ela reagiu com naturalidade quando decidi ter o sobrenome dela, afinal tomamos a decisão juntos. Na verdade quem mais se espantou foram todas as outras pessoas. Aparentemente, quando você foge do que é julgado 'normal', as pessoas acham estranho", declarou.
O casamento ocorreu em maio de 2008 e até hoje, o fotógrafo não conhece outros casos como o seu. "Teve até um fato curioso. Um dia eu estava fotografando um casamento e durante as assinaturas do casal e padrinhos, o noivo questionou o juiz se ele conhecia algum caso de homem que adotou o sobrenome da mulher. O juiz disse que nunca havia visto isso e ele foi o mesmo juiz que fez o meu casamento. Então eu disse que havia feito isso. Todo mundo me olhou e fez se um estranho silêncio. Até hoje não sei porque", contou.
O casal de limeirenses, Juraci R. Soares Requena e Talita D. Requena Soares, também chama a atenção pela troca de sobrenomes. Ele ficou com o dela e ela com o dele. Quem teve a ideia foi Juraci. "Ela ficou muito surpresa com minha atitude. Optei por isso, primeiro porque gosto muito dela, e acredito que quando você assume uma pessoa, tem que assumir por inteiro. E segundo, porque ela gosta muito do sobrenome dela", falou.
Já Edinho disse que sua atitude foi motivada por outros fatores. "Primeiro, eu e ela nunca tivemos laços com a minha família, enquanto tinhamos com a família dela. Achei que não seria legal ela adotar o nome de uma família que ela sequer conhecia. O segundo motivo foi que o nome dela ficaria muito grande se ela adotasse o meu", falou.
MUDANÇA DA LEI
E como é possível, hoje, optar ou não pelo sobrenome do marido e fazer essa troca? Essa situação se tornou possível com a edição do novo Código Civil brasileiro, que normatizou a possibilidade de qualquer um dos cônjuges acrescentar o sobrenome do(a) companheiro(a) ao próprio nome (art. 1565 º 1º). Embora a Constituição Federal de 1988 já igualasse homens e mulheres, não havia norma que permitisse ao homem a mudança de sobrenome. Anteriormente, a Constituição de 1916 obrigava as mulheres a adotar sobrenome do esposo no ato do casamento, o que só passou a ser opcional, em 1977 com a Lei do Divórcio. "Acho essa mudança sensacional. Antes era algo muito machista, a mulher era obrigada a ter o sobrenome do marido, Hoje existe essa liberdade. Conheço outros homens que têm sobrenome da esposa, mas ainda são poucos casos. Ainda existe questão do machismo", declarou Juraci.
Embora o Código Civil possibilite o acréscimo de sobrenome, cabe a cada estado normatizar a possibilidade de supressão dos sobrenomes de solteiro. Em São Paulo, o Provimento nº 25 da Corregedoria Geral de Justiça prevê que "qualquer dos nubentes, querendo, poderá acrescer ao seu o sobrenome do outro, vedada a supressão total do sobrenome de solteiro". Sendo assim, pode haver supressão de sobrenomes, desde que permaneça pelo menos um originário.
A pessoa que decide por alterar o nome deve providenciar a alteração de todos os seus documentos pessoais - RG, CPF, CNH, Título de Eleitor, Passaporte, cadastro bancário, registros imobiliários e no local de trabalho. Caso não queira fazer a mudança, deverá apresentar a certidão de casamento quando for necessário fazer prova de sua nova identificação. "Eu nunca tive problema com essa mudança. Eu sempre soube que teria de atualizar toda minha documentação. Cerca de três anos depois do meu casamento foi necessário e eu passei a organizar tudo em meu novo nome, mas foi tudo muito rápido e eficiente. Em nenhum momento, até hoje, me arrependi por ter tomado esta atitude", declarou Edinho.
Em Limeira, 37 sobrenomes neste ano
O ano de 2013 está perto do fim e, até agora, 37 homens limeirenses adotaram o sobrenome de suas esposas, segundo os dados levantados pela Arpen-SP (Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado de São Paulo). O número deve ficar abaixo do ano anterior, que foram 73 casos. Os primeiros registros, cinco no total, foram em 2003. De lá pra cá, todo ano, homens limeirenses adotam o sobrenome de suas esposas. A maior tendência vem de 2009 até hoje.
Em Campinas, aumentou em 51% o número de homens que adotaram o sobrenome da mulher após o casamento onze anos depois da entrada em vigor do novo Código Civil, em 2002. Levantamento realizado pela Arpen-SP junto aos cartórios de Campinas, mostra que em 2002, apenas 22% dos homens adotava o sobrenome da esposa. Em 2012, este número saltou para 34% do total de matrimônios.
Com relação às mulheres, em 2002, 71% escolhiam mudar o sobrenome após o matrimônio. Em 2012, o número aumentou para 74%. Entretanto, a situação começou a mudar em 2013. Segundo os dados do CRC, até o mês de agosto 69% das mulheres que se casaram optaram por mudar o sobrenome, gerando uma queda de 7% em relação ao ano passado.