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03 de Abril de 2014
Correio Popular: Campinas tem 87 uniões homoafetivas em 1 ano
Desde que entrou em vigor a norma estadual que autoriza a união civil entre pessoas do mesmo sexo, em março do ano passado, foram realizados em Campinas 87 uniões homoafetivas nos cinco cartórios de registro civil, até o último dia 15.
Levantamento feito pelo Correio aponta que os meses com maior procura foram abril, maio e junho. Os números podem até parecer tímidos, especialmente se comparado com o de casamentos heterossexuais - foram mais de 2 mil no mesmo período -, mas são considerados um avanço na busca pela igualdade e garantia dos direitos.
Foram realizadas 23 uniões homoafetivas no 1º cartório de registro civil, 30 no 2º, 27 no 3º, três no Cartório de Barão Geraldo e quatro no Cartório de Sousas. Já as uniões heterossexuais foram pelo menos 2.177, oficializadas no 1º cartório e nos cartórios de Sousas e Barão Geraldo.
Em 21 de março de 2013, após a normatização, o CR LGBT realizou o primeiro casamento coletivo LGBT do Estado de São Paulo, com a união de 16 casais. Valdirene Santos, coordenadora do Centro de Referência de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transsexuais (CR LGBT), considera o número de casamentos homoafetivos realizados neste primeiro ano de normatização positivo. "Ele pode até parecer tímido, mas nós não entendemos assim. Vemos nele um avanço. Foram 87 novas famílias que se formaram", diz. Anteontem, os casais que participaram do casamento coletivo comemoraram bodas de papel.
Segundo Valdirene, a grande parte dos casais homoafetivos já vive junto há muito tempo e busca no casamento ter os direitos garantidos, assim como os heterossexuais. "Muitos já formaram uma família e têm relação estável. A ideia do casamento é garantir os direitos no caso de acontecer algo, como em situações de morte, de separação, de doença. Antes, quem respondia pela pessoa em caso de morte ou doença era a família e nunca o companheiro. Nós já tivemos casos de família que não aceitava a união homoafetiva e proibiu o companheiro de entrar no hospital quando o outro adoeceu", contou.
A secretária Nareman Martins de Sousa, de 57 anos, e a estudante de direito Delisie Magali Martins de Sousa, de 39 anos, completaram um ano de casadas no dia 21 de março. Foram 13 anos de convivência antes de oficializar a união. Para Delisie, a mudança foi principalmente legal. "Temos uma certidão de casamento normal, com todos os direitos garantidos", diz. Delisie espera mais avanços. "Acredito que a lei vai avançar na questão da adoção por casais homossexuais e da inseminação."
Valdirene não descarta a realização de um segundo casamento homoafetivo coletivo, mas por enquanto ainda não há um prazo definido. "As pessoas podem nos procurar", afirma. O CR LGBT está localizado à Rua Talvino Egídio de Souza Aranha, 47, Botafogo. Mais informações também podem ser obtidas pelo telefone 0800-771 8765.
SAIBA MAIS
Antes da normatização, os casais homossexuais que quisessem oficializar a união no Estado de São Paulo precisavam de autorização da Justiça. Os processos do casamento eram submetidos a um juiz corregedor do cartório, que poderia aprovar ou não a união. Sem a aprovação prévia, o casal não poderia oficializar o casamento. Nesses casos, a opção era então recorrer à segunda instância no Tribunal de Justiça (TJ), o que podia levar alguns meses ou anos. Desde março passado, o processo passou a ser igual para todos, mediante a apresentação de documentação e testemunhas.
Levantamento feito pelo Correio aponta que os meses com maior procura foram abril, maio e junho. Os números podem até parecer tímidos, especialmente se comparado com o de casamentos heterossexuais - foram mais de 2 mil no mesmo período -, mas são considerados um avanço na busca pela igualdade e garantia dos direitos.
Foram realizadas 23 uniões homoafetivas no 1º cartório de registro civil, 30 no 2º, 27 no 3º, três no Cartório de Barão Geraldo e quatro no Cartório de Sousas. Já as uniões heterossexuais foram pelo menos 2.177, oficializadas no 1º cartório e nos cartórios de Sousas e Barão Geraldo.
Em 21 de março de 2013, após a normatização, o CR LGBT realizou o primeiro casamento coletivo LGBT do Estado de São Paulo, com a união de 16 casais. Valdirene Santos, coordenadora do Centro de Referência de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transsexuais (CR LGBT), considera o número de casamentos homoafetivos realizados neste primeiro ano de normatização positivo. "Ele pode até parecer tímido, mas nós não entendemos assim. Vemos nele um avanço. Foram 87 novas famílias que se formaram", diz. Anteontem, os casais que participaram do casamento coletivo comemoraram bodas de papel.
Segundo Valdirene, a grande parte dos casais homoafetivos já vive junto há muito tempo e busca no casamento ter os direitos garantidos, assim como os heterossexuais. "Muitos já formaram uma família e têm relação estável. A ideia do casamento é garantir os direitos no caso de acontecer algo, como em situações de morte, de separação, de doença. Antes, quem respondia pela pessoa em caso de morte ou doença era a família e nunca o companheiro. Nós já tivemos casos de família que não aceitava a união homoafetiva e proibiu o companheiro de entrar no hospital quando o outro adoeceu", contou.
A secretária Nareman Martins de Sousa, de 57 anos, e a estudante de direito Delisie Magali Martins de Sousa, de 39 anos, completaram um ano de casadas no dia 21 de março. Foram 13 anos de convivência antes de oficializar a união. Para Delisie, a mudança foi principalmente legal. "Temos uma certidão de casamento normal, com todos os direitos garantidos", diz. Delisie espera mais avanços. "Acredito que a lei vai avançar na questão da adoção por casais homossexuais e da inseminação."
Valdirene não descarta a realização de um segundo casamento homoafetivo coletivo, mas por enquanto ainda não há um prazo definido. "As pessoas podem nos procurar", afirma. O CR LGBT está localizado à Rua Talvino Egídio de Souza Aranha, 47, Botafogo. Mais informações também podem ser obtidas pelo telefone 0800-771 8765.
SAIBA MAIS
Antes da normatização, os casais homossexuais que quisessem oficializar a união no Estado de São Paulo precisavam de autorização da Justiça. Os processos do casamento eram submetidos a um juiz corregedor do cartório, que poderia aprovar ou não a união. Sem a aprovação prévia, o casal não poderia oficializar o casamento. Nesses casos, a opção era então recorrer à segunda instância no Tribunal de Justiça (TJ), o que podia levar alguns meses ou anos. Desde março passado, o processo passou a ser igual para todos, mediante a apresentação de documentação e testemunhas.