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05 de Abril de 2005

Clipping - Empresas & Negócios: "Arpen e Secretaria da Justiça e da Cidadania profissionalizam 37 adolescentes da Febem do Tatuapé"

"Com a mesma habilidade que vocês tiveram para encadernar e restaurar os livros, vocês devem ter para costurar as folhas de suas próprias vidas", disse o vice-presidente da Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado de São Paulo (ArpenSP), Odélio Antônio de Lima, aos 37 formandos do curso de encadernação e restauração de livros, durante a solenidade de formatura, ocorrida nesta última sexta-feira, na Secretaria da Justiça de São Paulo. Os adolescentes, internos da Fundação do Bem-Estar do Menor (Febem-SP), receberam o certificado de conclusão do curso, uma carta magnético com nome e número de uma conta-poupança.

Odélio Antônio de Lima deu abertura à solenidade falando aos formandos sobre a importância da escolha que eles fizeram, ao se proporem a realizar um curso profissionalizante. "Vocês recebem os certificados de especialização, mas creio que o significado maior foi a opção que vocês fizeram, e a disposição que demonstraram em aprender, em se interessar, em se habilitar em um ofício. E esse empenho deve ser a tônica de suas vidas", ressaltou.
Em seguida apresentou-se um vídeo para os familiares e outros convidados presentes, mostrando as dificuldades, habilidades, superações e as expectativas que os adolescentes passaram no período que as aulas foram ministradas. Além do depoimento do presidente da Febem e da Arpen, das mães, dos parentes e do professor que os ensinou os métodos de encadernação. A filmagem terminou com um rap que fala: "Qual será o futuro da criança, Brasil!; O Brasil da esperança; Paz, liberdade, para o crime não vou mais!".

Rodrigo, 19 anos, é um dos formandos que acredita conseguir um futuro melhor por meio do ofício da encadernação e da restauração. "O curso é uma maneira de resgatar a juventude para não voltar para criminalidade. Uma lição para a vida. Nunca trabalhei, mas agora vou trabalhar, eu vou conseguir", afirma Rodrigo.

"A formatura dos 37 jovens é motivo de alegria para seus parentes, para seus pais e para toda a sociedade, salientou Odélio Lima. E entre os familiares presentes estava a mãe do formando Jonhy, 18 anos, que fotografou o filho recebendo a carta de apresentação. "Estou muito orgulhosa do meu filho", disse Sra. Vilma Alves Silva. Ao lado da mãe, estava a irmã de Jonhy, que ressaltou que "gostaria que o irmão voltasse logo para casa e conseguisse um emprego", Jane, 8 anos.

Em três meses - janeiro, fevereiro e março -, os alunos aprenderam a restaurar livros e registros de casamento e nascimento. Neste período produziram cerca de 300 livros. E para cada livro restaurado, eles receberam R$ 6,00. No total, cada aluno arrecadou o valor de R$ 150, 00. O dinheiro foi depositado pela JS Gráfica, na conta da Nossa Caixa Nosso Banco. A iniciativa teve início no Complexo do Tatuapé, na escola profissionalizante Marina Vieira Carvalho Mesquita e envolveu adolescentes das unidades UI19, UI16, UI17, UI39.

De acordo com o presidente da Febem e da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania, Dr. Alexandre de Moraes, "a idéia do curso surgiu no momento em que colocamos como meta prioritária, uma gestão de profissionalização voltada para o mercado de trabalho. Após conversas com a diretoria da Arpen percebemos a falta de profissionais para encadernação, e concluímos que seria interessante montar um curso voltado para o mercado de trabalho, no qual os jovens poderão ganhar dinheiro trabalhando nos cartórios", explicou Moraes.

Odélio Lima, falou da imensa satisfação da Arpen ter colaborado para a realização do curso profissionalizante e a importância de que projetos como estes continuem, "pois é nosso dever e de todos que exercem a função pública, criar canais sadios para transição da menor idade para maior idade, para que os tornem aptos e capacitados".

No âmbito social, a Arpen vem contribuindo decisivamente com campanhas de estímulos à cidadania, como o Cartório Itinerante, o Projeto Pai Legal, postos de registros nas maternidades, Casamentos Comunitários, Programa Primeiro Emprego, Distribuição de Calendário de Vacinação, orientação sobre o teste do Pezinho, além de participações em campanhas de mobilização pelo registro civil de nascimento e pela documentação da mulher trabalhadora rural.

Autor: Elyerge Paes

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