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09 de Março de 2006

Novo software limpa base de óbitos da Previdência

Será o primeiro cruzamento de dados usando o novo programa de computador

O Sistema de Óbitos (Sisob) da Previdência Social, com a expectativa do número de mortos levantada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), será o primeiro cruzamento de dados usando o novo programa de computador para limpar os cadastros sociais e da Previdência.

Testes feitos antes da compra do produto mostraram que, para cada registro do Sisob, existiam 156 mortes que não foram comunicadas pelos cartórios. "Não é uma média nacional, foi feita apenas para efeito de teste, com base nos dados da região metropolitana de Belo Horizonte. Mas já dá uma idéia do que vamos encontrar pelo caminho", avaliou o secretário de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Rogério Santanna.

Numa segunda fase, serão verificados os registros do Sistema de Informação de Mortalidade, do Ministério da Saúde, e das Autorizações de Internação Hospitalar , do Sistema Único de Saúde (SUS). Depois, mais duas bases de dados serão avaliadas, a Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho e a Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações da Previdência.

Para avaliar os dados do Bolsa Família, os técnicos vão comprá-los com os do Cadastro Nacional de Informação Social (CNIS). Hoje, 14 milhões de famílias recebem o benefício, mas ainda há beneficiários de programas criados no governo passado como o Bolsa Escola e o Auxílio-Gás.

O novo programa de computador que o governo vai usar para limpar os cadastros custou 2,1 milhões de reais. O Ministério do Planejamento teve que investir também 500 mil reais para a compra de um cluster, uma máquina que opera junto com as outras e substitui um mainframe, computador de grande desempenho que chega a ser 14 vezes mais caro.

A vencedora do pregão eletrônico para o fornecimento do software e treinamento dos técnicos do governo foi a Godigital, empresa de Porto Alegre que nasceu na incubadora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). "É um investimento diante da economia que pode gerar", disse Santanna.

Depois de fazer a limpeza dos cadastros dos programas sociais e da Previdência Social, o governo deverá usar o novo software para limpar outras bases de dados como a folha de pagamento e a lista de contribuintes. "Esse procedimento permitirá qualificar uma série de base de dados, inclusive aquelas necessárias para controlar a lavagem de dinheiro, que é um trabalho hercúleo diante do volume de dados que precisam ser cruzados para determinar a sonegação e também as distorções no uso do dinheiro público", afirmou o secretário.

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