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13 de Abril de 2003

Nada de senhas: chegou a vez da biometria

Para os aficionados por filmes futuristas, a biometria pode ser considerada um clichê. Fora das telas, porém, muitas empresas e instituições públicas começam a utilizar identificação de impressão digital, verificação de voz e reconhecimento facial, da retina ou da íris para assegurar o acesso restrito a áreas que exigem segurança máxima.

Foi o caso do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília. O prédio que abriga os tribunais de última instância do Poder Judiciário tem equipamento de identificação de impressão digital há mais de dois anos. "O objetivo era aumentar a segurança e evitar o compartilhamento de senhas", diz Leonardo Alam da Costa, secretário de Informática do STF. Com investimento de R$ 280 mil, há sistemas biométricos na presidência da Casa, na direção geral, nos gabinetes dos ministros e na Secretaria de Informática.

Em dezembro do ano passado, o BankBoston aderiu à mesma tecnologia. Cerca de dez clientes que usam mouse com sensor de impressão digital - o aparelho custa em média US$ 100 - já podem acessar suas contas pela Web com um simples toque.

O superintendente de Internet do banco, George Verras, explica que com a biometria será possível aumentar os valores das transações financeiras via internet e oferecer novos serviços. "É mais seguro porque sabemos quem está conectado à conta."

Segundo ele, os usuários que estão testando a novidade se dizem satisfeitos. "O acesso é mais simples e não é preciso lembrar de diversas senhas", ressalta Verras. Ainda este ano, o banco pretende colocar a tecnologia à disposição de todos os seus correntistas.

No caso da voz, a relação biométrica está nas ondas sonoras emitidas por cada pessoa. "Nem uma boa imitação é capaz de reproduzi-las com exatidão", afirma Alexandre Constantine, diretor comercial da VoxAge, empresa que desenvolve esse tipo de aplicação. Ele diz que o recurso pode ser empregado por bancos, planos de saúde, empresas que fazem entrega em domicílio e outros. "Com a freqüência de acessos e um grande número de amostras no banco de dados, a eficiência chega a 99,9%", garante Constantine.

O diretor conta ainda que, nos Estados Unidos, a polícia utiliza a biometria pela voz para manter pessoas em prisão domiciliar. "O preso recebe telefonemas em casa e os policiais conferem se aquela voz é a verdadeira."

Entre as aplicações que mais lembram os filmes de ficção científica está o reconhecimento facial. Segundo Paulo Pichini, presidente da Getronics (empresa que faz integrações de biometria), o aparelho é recomendado principalmente para proteção patrimonial. "Não importa se a pessoa foi cadastrada, por exemplo, com óculos. Quando tentar entrar sem eles o sistema irá identificá-lo", garante.

Além do reconhecimento facial, a empresa desenvolve softwares para identificação de assinaturas e impressões digitais. "Com a possibilidade de enviar documentos pela rede, as assinaturas virtuais são úteis para bancos e cartórios." Nesse caso, o cliente precisa ter uma tela sensível ao toque, que digitalize a assinatura. O aparelho verifica a pressão empregada na escrita, a velocidade e o desenho.

Recentemente a NEC criou um cartão que guarda impressões digitais. A empresa pretende utilizá-lo nos setores financeiro e comercial, e no controle de acesso.

Fonte: Jornal da Tarde
Data: 10/04/2003
Autor: Bruno Tavares

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