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Dados IBGE: Pela 1ª vez, guarda compartilhada é a forma mais adotada nos divórcios
Tipo de guarda chega
44,6% das separações em 2024, mostra IBGE
Pela primeira vez, a
guarda compartilhada dos filhos é a decisão mais adotada em casos de divórcios
que envolvem casais com filhos menores de idade. Foram quase 82,2 mil sentenças
judiciais nesse sentindo em 2024.
Esse número representa 44,6%
dos 184,3 mil divórcios concedidos em primeira instância a pessoas com
filhos menores. Ao todo, 118,8 mil crianças e jovens tiveram a guarda
compartilhada por pai e mãe.
Já as sentenças que
determinaram a guarda exclusiva da mulher representam 42,6% dos divórcios.
Os dados fazem parte da
pesquisa Estatísticas do Registro Civil, divulgada nesta
quarta-feira (10) pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
|
Decisões judiciais por
tipo de guarda |
|
|
Compartilhada |
44,6% |
|
Mulher |
42,6% |
|
Homem |
2,8% |
|
Outra pessoa |
0,8% |
|
Sem informação |
9,2% |
O número de casos de
guarda compartilhada apresenta trajetória crescente desde 2014.
Naquele ano, as 11 mil
sentenças representavam 7,52% dos divórcios judiciais de casais com filhos
menores.
Por outro lado, os casos
de guarda da mulher respondiam por 85,1%.
A gerente da pesquisa,
Klivia Brayner, explica que a trajetória crescente da guarda compartilhada é
resultado da Lei 13.058, que estabelece
que essa modalidade de guarda tem que ser priorizada.
“O padrão é pela guarda
compartilhada. Dez anos depois da lei, a guarda compartilhada passou a ser
realmente priorizada”, diz.
Na guarda compartilhada,
o tempo de convívio das crianças deve ser equilibrado entre o pai e a mãe, a
não ser que um deles declare que não deseja a guarda da criança.
Em 2024, pouco mais da
metade (52,5%) dos divórcios envolveu casais que tinham ao menos um filho menor
de 18 anos.
Total de divórcios
O IBGE aponta que houve
428,3 mil divórcios no país em 2024. Cerca de 350 mil foram judiciais; e 77,9
mil, extrajudiciais, ou seja, realizados por cartórios de nota (tabelionatos).
O consolidado de 2024 é
menor que o de 2023 (440,8 mil). A última vez que tinha havido queda nesse
indicador foi entre 2019 e 2020 (-13,6%). O IBGE considera que o dado do ano
passado não configura ainda trajetória de redução.
“A gente precisaria de
mais anos para falar em tendência de queda”, diz Klivia Brayner.
Duração menor
Os dados revelam que os
casamentos estão durando menos ao longo dos últimos 20 anos. Veja o
tempo médio entre a data da união e o divórcio:
- 2004: 17,1 anos
- 2014: 14,7 anos
- 2024: 13,8 anos
Outro dado que mostra
casamentos durando menos: em 2004, 43,6% dos divórcios eram de uniões
com menos de dez anos. Em 2024 essa marca subiu para 47,5%.
O IBGE assinala que,
entre os casais de sexos diferentes, a idade média dos homens que se
divorciaram era de 44,5 anos. A das mulheres, 41,6 anos.
Fonte: Agência Brasil