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Registre-se: relatório aponta mais de 20 mil documentos emitidos para população privada de liberdade
Os resultados da 3ª
Semana Nacional do Registro Civil – Registre-se!
para o público privado de liberdade, que incluem a emissão de 20 mil documentos
civis, foram encaminhados à Corregedoria Nacional de Justiça na última semana.
O relatório é uma entrega do Departamento de Monitoramento e Fiscalização do
Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas
(DMF/CNJ) por meio do programa Fazendo Justiça, que neste ano participou de
forma ativa da ação realizada pela Corregedoria do CNJ desde 2023.
Dentre os documentos
civis emitidos para a população privada de liberdade e egressa do sistema
prisional, assim como adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa, a
maioria foi certidões de nascimento (82,4%), além de CPF, Carteira de
Identidade Nacional (CIN) e títulos de eleitor. Estados como Pernambuco,
Distrito Federal, Paraná, Rondônia e Pará se destacaram pela boa articulação
institucional e planejamento integrado.
A contribuição do Fazendo
Justiça se deu por meio da Ação Nacional de Identificação Civil e Emissão de
Documentos Para as Pessoas Privadas de Liberdade. Desde 2019, a ação é
coordenada pelo DMF/CNJ para garantir fluxos permanentes de identificação civil
e documentação ao público privado de liberdade, atualmente somando mais de 440
mil documentos emitidos.
“A iniciativa reafirma o
registro civil como direito fundamental e porta de entrada para o exercício
pleno da cidadania. Em números totais, durante a semana nacional em 2025, foram
realizados mais de 238 mil atendimentos em todo o país, aumento de mais de 100%
em comparação à primeira edição”, destaca o corregedor nacional de Justiça,
ministro Mauro Campbell Marques. “É incontestável a barreira que a falta de
documentação gera no acesso à Justiça, às políticas públicas e na reinserção
social das pessoas privadas de liberdade e egressas. Diante disso, é essencial
a conjugação de esforços, como a que acontece entre a Corregedoria e a Ação
Nacional”.
“Garantir documentação
civil básica é garantir existência. A mobilização conjunta no Registre-se
demonstra a força do trabalho integrado entre Justiça, órgãos emissores e
parceiros locais, além de consolidar fluxos permanentes para superar um dos
principais obstáculos enfrentados por pessoas em situação de vulnerabilidade”,
explica o coordenador DMF/CNJ, Luís Lanfredi.
A campanha teve ainda
apoio da Receita Federal, do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços
Públicos e da Justiça Eleitoral, que atuaram de forma coordenada na emissão e
regularização de documentos. O alinhamento às novas disposições do Provimento CNJ nº
199/2025 reforça a política nacional de erradicação do
sub-registro e consolida a documentação civil como instrumento essencial para
inclusão social.
Sobre a Ação Nacional
Em articulação com o
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e demais instituições parceiras, a Ação
Nacional de Identificação Civil e Documentação para Pessoas Privadas de
Liberdade integra bases de dados nacionais de identificação civil, promove a
coleta biométrica e fortalece fluxos de identificação e emissão de documentos
que contribuem para a reinserção social e para a construção de um sistema de
justiça mais humano e eficiente. Também está alinhado ao Plano
Pena Justa.
Essa ação está alinhada
às metas nacionais do Plano Nacional Pena Justa: Emissão da documentação civil
básica (Certidão de Nascimento, RG, CPF, Título de Eleitor, RNM e CTPS) para
todas as pessoas privadas de liberdade, respeitando as necessidades de grupos
específicos (pessoas trans e travestis, migrantes, indígenas, quilombolas e
outros povos e comunidades tradicionais).
Fonte: CNJ