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Registro Civil brasileiro: modelo de segurança supera certidões italianas em debate sobre cidadania
Certidões
do Brasil, com QR Code, matrícula única e base de verificação digital, se
mostram mais seguras que os documentos italianos, ainda sem recursos
tecnológicos equivalentes
Durante
audiência na Comissão dos Negócios Estrangeiros da Câmara dos Deputados da
Itália, a advogada Claudia Antonini, que atua no Tribunal de Roma, apresentou
um comparativo direto entre os documentos emitidos pelos Cartórios brasileiros
e os utilizados na Itália para processos de reconhecimento de cidadania. O
resultado surpreendeu os parlamentares: enquanto as certidões brasileiras
exibem alto grau de segurança, rastreabilidade e digitalização, os documentos
italianos ainda dependem de processos manuais de conferência e carecem de
mecanismos antifraude.
As
certidões do Registro Civil brasileiro são emitidas em papel de segurança,
possuem QR Code, numeração única e matrícula irrepetível, permitindo que
qualquer interessado valide sua autenticidade diretamente em bases oficiais.
Essa estrutura, interconectada nacionalmente, garante confiabilidade e reduz
drasticamente a possibilidade de falsificação.
“Com o
número da certidão e o QR Code, é possível acessar uma base oficial e confirmar
sua validade em segundos”, explicou Antonini. Na comparação, as certidões
italianas são impressas em papel comum, sem assinatura eletrônica e sem sistema
imediato de verificação.
Para
validar um documento, é preciso ligar para o Cartório de origem e aguardar a
confirmação manual de um funcionário. “Aqui na Itália, dependemos da
disponibilidade de pessoal para atender. No Brasil, o processo é instantâneo e
online”, destacou a especialista.
O debate
ocorre em meio às discussões sobre a proposta de criação de um Escritório
Central para análise de cidadania italiana, previsto para 2027. A nova lei
pretende restringir a aceitação de documentos emitidos fora da Itália, alegando
riscos de falsificação. Para Antonini, não há registros comprovados de fraudes
originadas em certidões brasileiras. Ao contrário: os processos judiciais sobre
o tema costumam apontar alterações feitas em documentos italianos,
posteriormente apresentados no Brasil.
“Essa
narrativa não é nova. Desde a promulgação da Lei nº 91, de 1992, os
ítalo-brasileiros enfrentam acusações de forjar ascendência e alterar
documentos. No entanto, os processos judiciais abertos sobre isso vêm sendo
sistematicamente arquivados por ausência de provas”, afirmou.
Para a
especialista, a narrativa sobre falsificações é um pretexto político. “Hoje,
temos cerca de 6,5 milhões de cidadãos reconhecidos fora da Itália, com
potencial para outros 50 ou 60 milhões. Limitar esse número tem reflexos
orçamentários e eleitorais”, observou. Ela também chamou atenção para a
aceitação de documentos de outros países, como a Argentina, com controles menos
rigorosos que os do Brasil.
A
apresentação da advogada mostrou que ainda há desconhecimento sobre a robustez
do sistema registral brasileiro. “Levei as certidões, mostrei como funcionam,
como se verifica a validade. Eles ficaram impressionados. Existe um
desconhecimento generalizado sobre como o sistema brasileiro funciona —
moderno, interconectado e rastreável”, concluiu.
Fonte:
Arpen-Brasil