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22 de Julho de 2021

Cartório de Registro Civil de Bertioga completa 75 anos; conheça a história da unidade

Após a emancipação da cidade de Santos, Bertioga viveu um intenso progresso imobiliário, e suas mudanças também foram sentidas no RCPN, que cresceu com o próprio município

Na tarde do dia 15 de julho de 1946 era instalado o Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais de Bertioga, que dois anos antes ainda era distrito da cidade de Santos, tendo sido emancipada em maio de 1991. Um dos nomes marcantes da unidade é José Carlos André Pereira, que assumiu o cargo de oficial interino da serventia 32 anos após sua criação, tendo exercido atividade no cartório até o dia de sua morte, ocorrida em 2009.
 
Atualmente, a titularidade do Cartório é responsabilidade de Manoel Luis Chacon Cardoso, ex-presidente da Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado de São Paulo (Arpen/SP), aprovado em concurso público em 1994. Sua história na atividade cartorária começou antes do ingresso na serventia de Bertioga, tendo sido auxiliar em Guaratinguetá, sua cidade natal, em 1980, e seguido na atuação que tanto o cativou.
 
Cardoso foi aprendiz de José Carlos Pereira, que instruiu o novo oficial na atividade de tabelião, outra especialidade oferecida na unidade. “Eu não conhecia o Tabelionato de Notas, e ele foi uma pessoa extraordinária, porque me ensinou a ser um tabelião, me deu conselhos e me instruiu sobre a rotina”, comenta. “Em 1994, ele virou meu funcionário, quando ingressei no Cartório, mas ele já estava aqui há 15 anos”.
 
Evolução do Cartório junto à cidade
 
Manoel Cardoso explica que muitas transformações aconteceram desde que entrou na serventia, e que as mudanças na cidade de Bertioga também auxiliaram na evolução da unidade. “Quando ingressei, a cidade de Bertioga tinha 14 mil habitantes – hoje já ultrapassamos 55 mil –, e nós contávamos com apenas quatro funcionários. Com a evolução da cidade e a exploração do turismo, vimos que estava crescendo e houve o interesse de explorar a capacidade técnica e profissional dos funcionários, porque, afinal de contas, a atividade cartorária também é concorrência”, conta o oficial. Hoje, a serventia possui 18 funcionários.
 
“Até meados de 2000 tínhamos um cartório que consistia em duas salas pequenas, apenas. Pensando em expandir o local, mudamos o cartório para um espaço bem maior. À época fizemos um experimento, implantando um espaço cultural dentro da serventia. Realizávamos exposições de artes, com pinturas, esculturas e fotos, das próprias pessoas da cidade que tivessem interesse em expor”, comenta Cardoso.
 
Além de alterações estéticas, o cartório se preocupou em fornecer um ambiente confortável e acessível. “Na ocasião, fizemos rampas e banheiros para pessoas com deficiência, antes mesmo das exigências normativas. Ou seja, não precisamos fazer reformas e adaptações pois já tínhamos, já era um projeto nosso”, explica o titular.
 
Novas mudanças
 
O Cartório de Bertioga ainda busca novas mudanças estruturais para melhor atender os cidadãos. “Atualmente, nosso sonho é construir o novo cartório, que já está com o projeto sendo estudado, e provavelmente a partir do ano que vem iniciaremos as obras. Vamos explorar muito a questão sustentável, utilizando placas fotovoltaicas, reaproveitamento da água das chuvas, planejando para que haja um isolamento térmico para que não seja necessário o uso excessivo do ar condicionado”, pontua Cardoso.
 
Localizado em frente à maternidade, com o objetivo de facilitar o processo de registro de nascimento, o novo cartório será construído em outro terreno, já adquirido e pronto para receber o início das obras. Além do aumento da área da serventia, também haverá um estacionamento maior, voltado para as necessidades da população de Bertioga e das cidades vizinhas.
 
Lembranças
 
Mesmo após o falecimento do antigo tabelião interino, José Carlos Pereira, sendo sempre lembrado por Cardoso como um exemplo de profissional, sua presença ainda permanece no cartório de Bertioga, representada por seus filhos. Márcia André Pereira, tabeliã substituta e colaboradora mais antiga da serventia, tendo ingressado em 1992, pouco antes de Cardoso, sorri ao lembrar sua história com o cartório. “É uma segunda família para mim, não tenho o que falar. Tenho uma relação com eles de amizade, cumplicidade, profissionalismo, e principalmente, de confiança”.
 
A substituta conta ainda que, com quase 30 anos na serventia, pode ver as principais mudanças ocorridas ao longo de três décadas. “Um ponto principal foi a evolução da informatização de todos os serviços, auxiliando na praticidade e também trazendo mais segurança para nós, colaboradores e clientes”.
 
Marcelo André Pereira, também filho do antigo tabelião, e profissional da mesma área de Márcia, entrou na serventia em 1997, atuando como tabelião substituto. “Vim trabalhar aqui em 1989, como auxiliar, e junto de meu pai. Fiquei um ano, mais ou menos, e depois fui fazer faculdade de Direito. Voltei no ano de 1997, já formado”, explica.
 
Quando questionado sobre o que espera para os próximos 75 anos do cartório, Marcelo Pereira ri ao dizer que será difícil que o mesmo esteja ainda na serventia, mas conta que espera “que continue essa modernização, que os serviços prestados na serventia sejam cada vez melhores, e que o cartório acompanhe a modernização da cidade, acompanhando o progresso imobiliário e atendendo à população da melhor forma possível”.
 
Diretor regional da Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado de São Paulo (Arpen/SP) para a Baixada Santista e oficial titular do RCPN de Cubatão, Fábio Capraro diz que “completar 75 anos de inauguração é motivo de muito orgulho para os cidadãos de Bertioga”. “Tudo isso é fruto de um trabalho baseado na ética, na educação e no comprometimento com o trabalho. Mas o principal, sem dúvida, é o trabalho desenvolvido com amor e gratidão”, disse.

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